Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Opinião
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Fed

Estratégias de saída


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Autor: Mario Mesquita

A políticas de estímulo gestão da crise de 2020
é única porque combina aspectos de saúde
pública com implicações econômicas. O
combate à pandemia levou a decisões
governamentais inéditas, como a adoção de
regras de distanciamento social, programas
ambiciosos de transferência de renda em apoio
a famílias e empresas, e intervenção agressiva
de bancos centrais em vários mercados.
Medidas de gestão de crise são, por definição,
temporárias - visto que o fator causal, a crise,
não pode ser visto como algo permanente. Mas
isso não quer dizer que seja fácil encontrar as
estratégias de saída para as políticas adotadas

durante a pandemia.

A primeira dificuldade diz respeito à saída do
próprio regime de distanciamento social e a
intensidade com a qual ele foi atribuído à
realidade. A experiência internacional é muito
heterogênea, mas alição parece ser que, para
minimizar os riscos de saúde pública, a
velocidade da normalização deve estar
associada à intensidade da implementação
inicial da medida preventiva. Em outras
palavras, um período de distanciamento social
menos intenso deve ser seguido por um de
normalização mais gradual. Já a normalização,
ainda que parcial, pode prosseguir com mais
rapidez em regiões onde o isolamento inicial foi
mais intenso, ocasionando um achatamento da
curva de infecção da doença, e onde o governo
local foi mais efetivo em rastrear e isolar novos
surtos, como ocorreu na Alemanha.

Capacidade de testagem e rastreamento
também têm sido determinantes para calibrar as
estratégias de saída e o grau de segurança. O
que está ficando claro, contudo, é que a
normalização plena da circulação (em novos
padrões, dado o aprendizado sobre a real
necessidade de deslocamento ocasionado pela
pandemia) só ocorrerá depois de uma ampla
campanha de vacinação.

Se a saída das medidas de distanciamento
social é um processo desafiador, a revisão dos
programas de apoio fiscal tampouco será trivial.
A política fiscal tem sido intensamente utilizada
para compensar os efeitos deletérios da
pandemia para a economia. Nos EUA, até o
momento as medidas fiscais alcançam 8,3% do
PIB, e há um outro pacote de estímulos em
discussão no Congresso, na ordem de 5% do
PIB, mas que pode aumentar. Nas grandes
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