Clipping Banco Central (2020-08-06)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Empresas
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Instituições Financeiras

Credores se opõem a acréscimo ao


plano de recuperação da Oi


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Autor: Rodrigo Carro

Insatisfeitos com a proposta de alteração da Oi
de alterar o plano de recuperação judicial
aprovado em 2017, Itaú Unibanco, Santander,
Banco do Brasil e China Development Bank
(CDB) protocolaram na Justiça objeções contra
o aditamento que será submetido entre o fim de
agosto e o início de setembro ao crivo de uma
assembleia de credores. Entre outros pontos, as
instituições financeiras questionam a previsão
de que aproximadamente R$ 2,5 bilhões
provenientes da futura venda de ativos da
companhia sejam usados para quitar dívidas da
Oi Móvel junto à Telemar.

Na avaliação de Guilherme Marcondes
Machado, especialista no tema, a viabilidade da
recuperação judicial da Oi estaria ameaçada
caso houvesse uma decisão da Justiça
favorável a esses credores. Isso porque o
aditamento prevê a venda de ativos como forma
de pagar credores e financiar a expansão da
rede de fibra óptica da Oi.

No aditamento, a Oi prevê um desconto de 60%
sobre o valor de face da dívida com bancos e
agências de crédito à exportação. No plano de
recuperação judicial aprovado por credores em
2017, não houve desconto sobre o valor devido
pela Oi a bancos locais e agências de crédito à
exportação.

Somados, esses passivos tinham valor de face
de quase R$ 18 bilhões no fim de março. No
entanto, o valor justo das dívidas era bem
inferior, segundo a Oi: R$ 8,34 bilhões. Um dos
principais argumentos nas petições contrárias
ao aditamento é de que — ao propor alterações
relevantes, como a venda da telefonia móvel —
o acréscimo equivaleria na verdade a um plano
de recuperação novo. “É uma maneira deles
tentarem inviabilizar a modificação do plano”, diz
Marcondes Machado. “O que a Oi está fazendo
é comum.”

As instituições financeiras ressaltam na
Justiça que outro plano só poderia ser
apresentado caso a Oi ajuizasse novo pedido de
recuperação judicial. Por lei, isso só pode ser
feito cinco anos após a homologação do plano
aprovado pelos credores. No caso da Oi, a
homologação pela Justiça ocorreu em 2018.

“A questão aqui não é jurídica. É negocial”,
resume fonte próxima à Oi que pediu para não
ter seu nome revelado. Por não concordarem
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