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O Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

O relógio do 'Apocalipse não para


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Há 75 anos erguia-se sobre o céu de Hiroshima
uma rosa nuclear, imprimindo indelevelmente no
imaginário global o pavor da hecatombe. Até
que, após 13 dias de pânico na crise dos
mísseis de Cuba de 1962, a comunidade
internacional, aliviada, ratificou, em 1970, o
Tratado de Não Proliferação Nuclear, e EUA e
União Soviética logo pactuaram os Tratados de
Mísseis Antibalísticos e de Redução de Armas.
Mas, no mundo multipolarizado e volátil do
século 21, alguns dos principais pilares da
segurança nuclear estão desmoronando.
Recentemente, a subsecretária-geral da ONU
para o desarmamento, Izumi Nakamitsu,
constatou que o risco de uma detonação nuclear
está "no seu auge desde o pico da guerra fria".

Desde os anos 70, houve momentos radiantes
de esperança. Países como a Líbia e o Brasil
renunciaram voluntariamente aos seus
programas de armamento nuclear. A África do
Sul chegou a desmantelar suas bombas. Por
iniciativa do Brasil, México, Suécia e outros
Estados, o Tratado de Proibição de Armas
Nucleares, que terá força legal quando for
ratificado por 50 nações, já foi ratificado por 43.
Ele não foi endossado pelos nove Estados
nucleares - EUA, Rússia, China, França, Reino
Unido, índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte
-, que estão investindo pesadamente na
modernização de seus arsenais.

As negociações do presidente norte-americano,
Donald Trump, com a Coreia do Norte estão,
para todos os efeitos, paralisadas, e tudo indica
que o regime de Kim Jong-un está retomando
seus testes com mísseis. Após Trump retirar
abruptamente os EUA do acordo com o Irã de
2015, pelo qual os aiatolás se comprometeram a
limitar o enriquecimento de seus estoques de
urânio, o pacto está à beira do colapso. Na
atmosfera volátil do Oriente Médio e do Leste
Asiático, os vizinhos ameaçados podem ser
tentados a ativar seus próprios programas.

O exemplo e a iniciativa deveriam vir de cima.
Mas índia, Israel, Paquistão e Coreia do Norte
nem sequer assinaram o Tratado de Não
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