Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

O mercado de trabalho no trimestre da


pandemia


Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Daniel Duque

APnad Contínua de junho de 2020 mostrou o
tamanho da crise no segundo trimestre do ano,
que já captura todo período do pior momento da
pandemia, tendo em vista que o primeiro caso
confirmado no Brasil foi na metade de março. A
pesquisa mostra uma população com cada vez
menos empregos, com o número de ocupações
10 milhões abaixo do nível do mesmo período
do ano passado.

Entre os trabalhadores que mais sentiram o
impacto da pandemia, destaca-se aqueles no

setor informal, com reduções chegando a mais
de 15%. No entanto, também preocupa a
redução de 1 milhão de trabalhadores no setor
privado com carteira assinada (excluindo
trabalhadores domésticos) entre o trimestre
móvel de maio e junho, principalmente frente a
um saldo de vagas no Caged (o registro de
admissões e demissões, do Ministério da
Economia) aparentemente mais brando no
último mês, de queda de "apenas" 10 mil
empregos formais.

Outro indicador que aparenta estar melhor do
que deveria normalmente é a taxa de
desocupação. Com uma queda de mais de 10%
da população ocupada, é de se estranhar, a
princípio, que a taxa de desemprego esteja em
apenas 13,3%, ainda menor do que o até então
pior período verificado na Pnad Contínua, no
primeiro trimestre de 2017.

No entanto, deve-se notar que a força de
trabalho caiu quase tanto quanto a população
ocupada, reflexo do fato de os trabalhadores
não procurarem novas ocupações, seja pelo
medo da pandemia, pela percepção de falta de
empregos na localidade, e porque estão
recebendo o Auxílio Emergencial. Caso a força
de trabalho (ocupados e procurando emprego)
estivesse no mesmo nível do trimestre móvel de
fevereiro, hoje a taxa de desocupação seria de
21,4%.
Free download pdf