Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A Justiça contra Moro


Clique aqui para abrir a imagem

Com credibilidade abalada, ex-juiz tem decisão
contra Lula em 2018 derrubada agora pelo STF

Pouco menos de um mês antes de aceitar o
convite para fazer parte do governo Jair
Bolsonaro, o então juiz federal Sérgio Moro
decidiu incluir a delação premiada do ex-
ministro Antonio Palocci nos autos do processo
que apura se a empresa Odebrecht doou, em
troca de favores, um terreno para a construção
do Instituto Lula.

A medida, acompanhada do fim do sigilo sobre
o caso, ocorreu a seis dias do primeiro turno do
pleito presidencial de 2018, no qual Bolsonaro
tinha como principal adversário o candidato do
PT, Fernando Haddad - que evocava o apoio e
a memória de Luiz Inácio Lula da Silva como
trunfos de campanha.

Note-se que já decorriam, na ocasião, três
meses desde a homologação do acordo judicial
que permitiu a Palocci depor sobre supostos
ilícitos cometidos pelo ex-presidente e outros
expoentes petistas.

A divulgação do depoimento de Palocci serviria
a apoiadores de Bolsonaro como munição
contra o rival - à época preso, condenado por
corrupção em outro processo.

Natural que se tenham levantado indagações à
época sobre a conveniência da atitude de Moro.
Não teria o juiz da Lava fato imaginado que a
revelação poderia repercutir na disputa
eleitoral?

Na terça-feira (4), a 2ª Turma do Supremo
Tribunal Federal decidiu que a delação
premiada de Palocci não poderá ser usada na
ação penal contra Lula que tramita na 13ª Vara
Federal de Curitiba.
Free download pdf