Clipping Banco Central (2020-08-07)

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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Finanças
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
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Juros futuros recuam no pós-Copom


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Autor: Victor Rezende e Lucas Hirata De São
Paulo

A perspectiva de um cenário de juros baixos
por mais tempo ecoou no mercado financeiro,
após o Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central indicar que não planeja
reduzir tão cedo o grau de estímulo monetário,
principalmente com projeções de inflação em
níveis bem abaixo da meta em 2021. A queda
das taxas dos juros futuros foi intensa desde o
início do pregão ontem, sobretudo nos prazos
curtos e intermediários — mais sensíveis aos
próximos passos na política monetária.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro

(DI) para janeiro de 2022, por exemplo, caiu de
2,77% para 2,56% na B3, enquanto a do
contrato para janeiro de 2023 recuou de 3,80%
para 3,62%.

Ainda assim, o mercado acumula prêmio de
risco, o que significa que não eliminou a
possibilidade de elevação da Selic no ano que
vem. Para 2021, os preços dos ativos ainda
projetam taxa básica em patamar superior a 4%.
Além disso, analistas apontam falhas na
comunicação do colegiado, o que mantém
alguma incerteza no ar.

A apresentação de algo similar a um “forward
guidance” é um dos pontos de confusão do
comunicado, afirma Tony Volpon, economista-
chefe do UBS. Em sua decisão de quarta-feira,
a autoridade monetária indicou que não antevê
uma redução do grau de estímulo. No entanto, a
instituição também traça um cenário no qual
suas projeções de inflação se aproximam das
metas em 2022, o que, em tese, estimularia juro
mais alto em 2021.

“Isso gera uma certa confusão, porque se a
gente caminhar no tempo e as projeções atuais
estiverem mais ou menos corretas, com cada
vez mais peso [nas expectativas de inflação] em
2022, devemos ter algum tipo de alta de juro
ainda em 2021”, diz Volpon. O economista
afirma que a perspectiva de alta no ano que
vem já estaria nos preços de mercado, logo, não
fica tão claro o propósito do comentário sobre o
grau de estímulo.

Ricardo Barboza, professor colaborador da
Coppead-UFRJ, classifica a decisão como
ruidosa, “extremamente surpreendente” e sem
clareza sobre o que o Copom pretende. Entre
os pontos vistos por ele como falhas de
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