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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Reforma alivia baixa renda e pode


pesar para classe média


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Autor: Marta Watanabe /Fabio Graner

O conjunto de projetos de reforma tributária já
colocados à mesa aponta para um sistema de
tributação sobre consumo mais uniforme, com
carga menor para as rendas mais baixas,
principalmente se concretizada a ideia de
devolução de imposto para os mais pobres,
segundo analistas. A classe média, segundo
eles, pode ser impactada com aumento de
preços nos serviços às famílias, mas é possível
que isso seja neutralizado pela redução de
preços em bens industrializados ou por
tratamentos diferenciados ainda em discussão
para os segmentos de saúde e educação.

Analistas ouvidos pelo Valor consideram
conjuntamente as principais propostas para
criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA)
que tramitam no Senado e na Câmara dos
Deputados, além do projeto da Contribuição de
Bens e Serviços (CBS), proposto pelo governo
federal.

O economista e tributarista Eduardo Fleury,
sócio do FCR Law, lembra que essa tendência
de atenuar a tributação para os mais pobres
considera necessariamente a unificação em um
IVA não somente do PIS e da Cofins — como
propõe a União —, como também do ICMS
cobrado pelos Estados e do ISS municipal. E a
devolução do IVA à baixa renda é dispositivo
essencial para isso, principalmente se for
retirada a isenção da cesta básica. A proposta
de CBS mantém a isenção desses produtos,
mas o debate do IVA envolve uma
uniformização de tratamento que tiraria esse
incentivo da cesta básica.

Fleury lembra que a ideia é de uma reforma
neutra do ponto de vista fiscal. Se o IVA tiver
alíquota mais homogênea, com poucas
isenções e tratamentos diferenciados, diz ele,
haverá realinhamento de preços. “Na ponta
alguns serviços podem ficar mais caros, como
serviços às famílias consumidos por quem tem
renda maior: academia, procedimentos
dermatológicos, escola particular etc. Mas essa
tributação deve recair para quem tem
capacidade de pagar.” Nesse efeito de
realinhamento de preços, a transição faz
diferença e possibilita inclusive calibrar as
alíquotas do novo imposto, segundo ele.

O economista Sergio Gobetti, especialista em
contas públicas, avalia que ainda assim o
resultado da reforma pode ser neutro para a
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