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Banco Central do Brasil


Correio Braziliense/Nacional - Política
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Regras de leniência sem o aval da


PGR


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Autor: » Renato Souza

Sem contar com apoio do procurador-geral da
República, Augusto Aras, o presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli,
assinou, ontem, em sessão fechada, um
polêmico acordo de cooperação com o governo,
que prevê novas regras para a homologação de
acordos de leniência -- contratos firmados com
empresas condenadas por corrupção. Até
então, o Ministério Público Federal (MPF) tinha
o protagonismo nesse tipo de acerto. Somente
no Paraná, a Lava-Jato firmou 14 acordos, que
produziram multas de R$ 12,4 bilhões, a serem
pagas nos próximos anos.

A cooperação assinada por STF, Controladoria-
Geral da União (CGU) e Advocacia-Geral da
União (AGU) abre brecha para que o MPF e a
Polícia Federal sejam excluídos das
negociações dos acordos.

"O acordo de leniência, previsto na Lei
Anticorrupção, é instituto novo no nosso
ordenamento jurídico, completando sete anos
no último dia 1º. Exatamente por isso, está
sujeito a dúvidas e incompreensões, além de
naturais conflitos de atribuições, principalmente
num país como o Brasil, em que a Constituição
e a legislação não conferem a apenas uma
instituição o papel de defender o bem público",
argumentou Toffoli, na reunião virtual, que
contou, também, com o advogado-geral da
União, José Levi; o presidente do Tribunal de
Contas da União (TCU), José Múcio, e o
ministro da Justiça, André Mendonça.

O presidente do STF afirmou que o texto da
cooperação foi proposto, inicialmente, por José
Múcio. "O acordo de cooperação sobre acordos
de leniência não cria nem retira competências,
pois estas decorrem da Constituição e das leis",
frisou Toffoli.

O magistrado destacou, ainda, que o Supremo
participa como uma espécie de testemunha no
processo de construção das novas regras. "O
texto do acordo não foi produzido pelo Supremo
Tribunal Federal. Coube a cada uma das
instituições a oportunidade de colocar no texto o
seu olhar sobre o problema, facilitando a sua
aceitação. O STF, aqui, atuou apenas como
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