Clipping Banco Central (2020-08-07)

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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Política
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Centrão divide-se sobre mudança no


teto de gastos


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Autor: Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro

Em meio ao embate entre alas do governo
sobre descumprir o teto de gastos para viabilizar
o aumento dos investimentos no ano que vem,
líderes dos maiores partidos governistas na
Câmara dos Deputados também estão divididos
entre aqueles que defendem a manutenção
dessa regra (que proíbe que os gastos do
governo federal cresçam acima da inflação)
para atrair investimento privado e os que
sugerem flexibilizações no pós-pandemia.

Líder do PP, o deputado Arthur Lira (AL) afirmou
que essa regra fiscal não deve ser alterada.

“O teto de gastos é um tema sensível demais.

Não dá para mexer ou isso afastará os
investidores e dificultará a retomada da
economia”, defendeu. “Lógico que reconheço a
importânciados investimentos públicos e
defendo a criação de um programa de renda
mínima, mas há outras formas de viabilizar
esses gastos, como privatizações, liberação dos
fundos públicos e redução das despesas”, disse.

Essa também é a postura do líder do
Solidariedade, deputado Zé Silva (MG). Ele é
contra permitir novos gastos para além da
inflação. Essa posição deixa ambos mais
alinhados ao ministro da Economia, Paulo
Guedes — com quem Lira tem feito reuniões
quase que semanais — do que ao grupo
formado pelos ministros do Desenvolvimento
Regional, Rogério Marinho, da Infraestrutura,
Tarcísio Freitas, e de Governo, Luiz Eduardo
Ramos, que tentam abrir uma brecha para
ampliarem os investimentos em R$ 30 bilhões
em 2021.

O teto de gastos foi criado em 2016 para
diminuir o endividamento do Brasil, evitar a
ameaça de calote e com isso atrair investidores
externos. O dispositivo, que se descumprido
pode levar a um crime de responsabilidade
fiscal, é um dos entraves para a reformulação
do Bolsa Família pretendida pelo governo para
substituir o auxílio emergencial de R$ 600 aos
trabalhadores informais e desempregados e
também limitará os investimentos.

Um importante articulador do governo no
Congresso afirma que Marinho e Tarcísio
tentaram convencer Guedes a mudar de ideia,
mas, como o ministro está irredutível,
começaram uma operação paralela para
construir apoio no Congresso com o objetivo de
que os deputados e senadores provoquem o
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