Clipping Banco Central (2020-08-07)

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Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Brasil
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

Desemprego de 13,3% é o segundo


pior desde 2012


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Autor: Gabriel Vasconcelos e Anaïs Fernandes

Pressionada pelos efeitos da covid-19 na
economia, a taxa de desemprego chegou a
13,3% no segundo trimestre deste ano, informou
ontem o IBGE. O índice é o pior para o período
desde o início da série histórica da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, em 2012, e só perde para o primeiro
trimestre de 2017 (13,7%).

Técnicos do instituto e analistas afirmam,
entretanto, que a situação do mercado de
trabalho é ainda mais complicada do que o
índice mostra. E tende a piorar nos próximos
meses.

Os resultados de junho confirmam os
apontamentos de pesquisas especiais do IBGE,
ligadas à pandemia, de que a taxa de
desocupação não vem refletindo a migração
automática dos demitidos na crise e daqueles
que já estavam desempregados para fora força
de trabalho. Segundo Adriana Beringuy, gerente
da pesquisa do IBGE, isso ocorreu porque
muitos passaram a não mais procurar emprego
devido ao isolamento social ou medo da
doença.

Adriana diz que o fenômeno fica mais claro
quando se analisam os motivos que levaram as
pessoas a não buscar emprego. Na passagem
entre o primeiro e o segundo trimestres, a
justificativa de que “não havia trabalho na
localidade” caiu 8,5 pontos percentuais nas
menções dos entrevistados, para 30%. Todos
os outros motivos tradicionalmente alegados
também apresentaram queda. A rubrica “outros
motivos”, que reúne fatores ligados à pandemia,
saltou sete vezes, de 5,3% nos três primeiros
meses do ano para 36,7% no segundo trimestre.

Segundo o IBGE, o número de desocupados
(quem procura por vaga) se manteve
estatisticamente estável em 12,8 milhões de
pessoas comparada ao trimestre anterior e com
igual período de 2019. Já a população fora da
força de trabalho (que não procura emprego)
saltou 15,6% na margem e foi a 77,78 milhões
de pessoas no segundo trimestre.

Esse crescimento fez com que, pela primeira
vez na série histórica, a soma dos dois grupos,
equivalente à população em idade
economicamente ativa que não trabalha (90,6
milhões de pessoas), superasse o total de
ocupados, que caiu 9,6% para 83,3 milhões de
pessoas no período.
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