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Valor Econômico/Nacional - Política
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

Com MPF ausente, acordo sobre


leniência é assinado


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Autor: Murillo Camarotto

Sem a participação do Ministério Público
Federal, foi assinado ontem o acordo de
cooperação entre os órgãos com atuação sobre
os acordos de leniência firmados entre o Estado
e empresas que participaram do desvio de
recursos públicos. O tratado, que promete por
fim à insegurança jurídica que paira sobre o
instituto da leniência, ainda pode sofrer um
revés, caso o MPF decida mesmo ficar de fora.

A solenidade que marcou a assinatura foi
conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Dias Toffoli. Assinaram o
documento o presidente do Tribunal de Contas
da União (TCU), José Múcio, o ministro da

Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner
Rosário, o advogado-geral da União, José Levi,
e o ministro da Justiça, André Mendonça.

Toffoli mencionou que o procurador-geral da
República, Augusto Aras, estava reunido com a
5a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF
— que cuida de temas de combate à corrupção
e improbidade administrativa — para discutir o
texto e que a expectativa era de que,
posteriormente, ele subscrevesse o acordo.

Ainda não há, contudo, garantias de que isso vá
ocorrer. Aras só vai assinar mediante
concordância da 5a Câmara, o que ainda não
ocorreu. Procuradores reclamaram do texto,
alegando que o MPF ficou de fora das
negociações e da celebração da leniência, que
caberão à CGU e à AGU.

A disputa entre os órgãos se arrasta desde que
a Lei Anticorrupção foi regulamentada, em 2014.
No auge da Lava-Jato, o MPF começou a selar
acordos de leniência com as empresas
envolvidas sem se ater aos aspectos técnicos
dos prejuízos causados ao erário. A CGU,
então, passou a negociar acordos
separadamente, com valores diferentes, dos
quais o TCU sempre colocou várias dúvidas.

O resultado foi a insegurança jurídica para as
empresas, que continuam sujeitas a punições se
não tiverem acordos assinados com todos os
órgãos. A cooperação prometia acabar com
esse problema, como mencionou Toffoli. Mas a
possível desistência do MPF pode adiar o fim da
novela.

O advogado Marcelo Bessa, sócio do escritório
Ávila de Bessa, lembra que o Ministério Público
tem competência concorrente para propor ações
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