Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Valor Investe
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

esforço para diminuir essa boca de jacaré.”


Com os estímulos do auxílio emergencial, que
levou a abertura de contas de poupança e
inflou os números gerais em quase 45 milhões
em um ano, para 102 milhões no total, a
caderneta ganhou participação relativa no
estoque de investimentos.


Os dados de julho, divulgados ontem pelo BC,
mostram que essa tendência prossegue no
segundo semestre. A captação líquida da
caderneta foi de R$ 27,1 bilhões, o terceiro
melhor fluxo de toda a série histórica que
começa em 1995. Desde janeiro, os ingressos
superaram os saques em R$ 111,6 bilhões.


Pelos dados do semestre da Anbima, em um
ano, no varejo tradicional a participação da
poupança passou de 67,1% para 68,8%. Na
alta renda, em meio à busca por um porto
seguro, a fatia cresceu de 12,1% para 13,8%
entre junho de 2019 e de 2020. Nessa mesma
toada, o CDB aumentou de 9,8% para 11%
entre os indivíduos com maior poder aquisitivo.


No varejo tradicional, o CDB teve um
incremento de 17,1% no primeiro semestre em
relação aigual intervalo no ano passado. Na
alta renda, a alta foi de 48,4%, e no private, de
52,5%.


Rocha comentou que esse aumento também
está ligado aos esforços dos bancos para
reforçar o funding e a liquidez no sistema na
modalidade que escoa para o crédito em geral.
“Foi um papel importante mais no começo da
pandemia”, disse. Ele citou que o crédito
cresceu 1% de maio para junho, conforme as
últimas estatísticas do BC, e que mês a mês a
carteira vem evoluindo. “Faz sentido que as
instituições venham a captar e com ofertas em
melhores condições para facilitar e dar
melhores condições no custo de crédito na


ponta.”

Quando se olha o conjunto, as aplicações da
pessoa física nos segmentos de varejo e
private banking totalizaram R$ 3,37 trilhões ao
fim do primeiro semestre. Houve uma
expansão de 3,4% em relação a dezembro de


  1. A maior alta foi observada no varejo
    tradicional, de 10%, superando pela primeira
    vez a marca do trilhão, com R$ 1,07 trilhão. Na
    alta renda, o acréscimo foi de 0,8% dos
    volumes, para R$ 995,7 bilhões, enquanto no
    private houve uma ligeira queda (- 0,1%), para
    R$ 1,31 trilhão.


O reforço nas classes de investimentos mais
conservadoras não significa que o brasileiro
abriu mão de diversificar para alternativas de
maior risco. Na alta renda, a parcela em renda
variável passou de 6,6% para 8,1%. No private
banking, os fundos de ações respondiam por
7,6% do total do segmento no fim de junho,
ante 6,7% 12 meses atrás. A aplicação direta
em bolsa equivalia a 17,3% do total, saindo de
14,7% em junho de 2019.

Os multimercados, que também compram
ações, representavam ainda maior parcela da
alocação com 32,2%, em comparação a 31,1%
de 12 meses atrás.

Olhando à frente, Rocha acha que, com taxas
reais negativas na caderneta e em fundos de
renda fixa mais conservadores, o investidor
voltará a buscar aplicações com maior
potencial de retorno e risco. “No ‘share of
wallet’ houve o aumento do porto seguro, mas
em algum momento isso se estabiliza e o
movimento começa a se inverter. Na poupança,
como ela foi usada para os depósitos do auxílio
emergencial, esses recursos vão sendo gastos
pelas famílias porque o emprego não retorna
ainda aos níveis de antes da pandemia e as
pessoas vão consumindo essa reserva.”
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