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Valor Econômico/Nacional - Agronegócios
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - IPCA

Pandemia faz preço do arroz bater


recorde


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Autor: Fernanda Pressinott

Em meio ao maior consumo na quarentena, os
preços do arroz ao produtor bateram recorde.
No Rio Grande do Sul, responsável por 70% da
oferta nacional, o cereal atingiu ontem R$ 70,12
por saca. Trata-se de uma valorização de 62,8%
na comparação com o patamar alcançado no
mesmo período do ano passado.

De acordo com levantamento do Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), vinculado à Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o
recorde anterior foi registrado em maio de 2008,
quando a saca do cereal em casca no Estado
chegou a R$ 69,95.

O reajuste não foi repassado integralmente para
os consumidores. Nas gôndolas, a alta nos
preços do cereal mais consumido pelos
brasileiros foi de 13,19% no acumulado do ano
até junho, de acordo com o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Embora seja uma alta considerável, a
valorização não tende a pressionar a inflação,
visto que o arroz tem peso de 0,5244% no IPCA
total, apesar de ter peso de 24,6% no indicador
do grupo de alimentos.

Uma série de fatores ajuda a explicar a
conjuntura do arroz. A safra passada (2018/19)
quebrou no Rio Grande do Sul, ao somar 7,2
milhões de toneladas diante de uma expectativa
de 8,5 milhões de toneladas. Isso deixou os
estoques iniciais da temporada atual (iniciada
em março) muito pequenos. De acordo com a
Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), o estoque somava 554,1 mil toneladas
do início da safra 2019/20, uma redução de
17,7% ante o estoque do ciclo anterior.

“Nosso modelo econométrico indicava que o
preço ficaria em média em R$ 49 a saca em
2018/19, mas ficou em R$ 43,83, não
remunerando o produtor”, afirmou Sérgio
Gomes dos Santos, gerente de inteligência,
análise econômica e projetos especiais da
Conab.

Em relação ao consumo doméstico, também
houve queda entre as temporadas anteriores e
2018/19. A média, que ficava entre 10,8 milhões
e 11 milhões de toneladas, passou a 10,2
milhões, conforme a Conab. Diante de preços
baixos e da demanda em queda, o produtor
reduziu a área de plantio com arroz no safra
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