Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Agronegócios
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - IPCA

2019/20. Dessa forma, a área destinada ao
plantio recuou 4,5% no Rio Grande do Sul e
2,5% no Brasil, somando 940 mil e 1,7 milhão
de hectares, respectivamente.


Como nem tudo é possível controlar, mesmo
com a menor área, o produtor viu-se diante de
um clima ótimo e uma produtividade recorde
nesta safra, o que ocasionou uma safra muito
boa, de 8,32 milhões de toneladas no Rio
Grande do Sul, 12,7% maior que no ciclo
anterior. No Brasil, a colheita finalizou com 11,2
milhões de toneladas, aumento de 6%. “Nesse
cenário, esperávamos uma queda substancial
nos preços do arroz entre março e abril, pico de
colheita, o que não ocorreu”, acrescentou
Santos.


Mas veio a pandemia de covid19 e, com ela, o
receio de falta de alimentos e a quarentena em
casa, o que provocou uma corrida dos
consumidores para os supermercados. Ao
Valor , uma das maiores indústrias de
beneficiamento de arroz do Brasil disse que
ficou surpresa com a expansão das vendas,
três vezes superiores à média, em março e
abril.


Uma medida para mostrar o aumento das
vendas de arroz é a Taxa de Cooperação e
Defesa da Orizcultura (CDO), que todo
produtor gaúcho paga, sendo R$ 0,67 por saca
vendida atualmente. “De março a junho, essa
contribuição teve um aumento de 18,3%, na
comparação com o mesmo período do ano
passado”, destacou Santos, da Conab.


E a covid-19 não provocou receio de
desabastecimento apenas no Brasil. A busca
desenfreada por alimentos passíveis de
armazenagem também ocorreu na Ásia. Não
bastasse isso, a safra tailandesa quebrou, o
que ajudou o Brasil a exportar mais do que o
habitual. “Índia, Vietnã, China e a Tailândia


restringiram as exportações e teve a quebra da
safra tailandesa, que praticamente baliza os
preços do arroz, o que abriu mercado ao
Brasil”, afirmou Gabriel Viana, analista de arroz
da consultoria Safras & Mercado.

De acordo com dados da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), do Ministério da
Economia, o país exportou 800 mil toneladas
do cereal em casca entre março e junho,
enquanto a média dos últimos dois anos foi de
1 milhão de toneladas em toda a safra.

Para fechar com chave de ouro o momento de
alta dos preços, o produtor gaúcho continua
capitalizado pelo bom desempenho de vendas
e de preços da soja, turbinados pela alta do
dólar. Normalmente, os orizicultores também
colhem soja no verão. “O produtor
simplesmente não está com pressa de vender”,
ressaltou Viana.

O que vai acontecer nos próximos meses ainda
é incerto, afirmam analistas e fontes da
indústria. “A sazonalidade da safra passou,
mas o consumidor está mais abastecido em
casa e as vendas já começaram a cair em
junho. Temos que aguardar para ver a
evolução da doença para ver como será o
comportamento de vendas do arroz daqui para
frente”, contou o representante da indústria,
que pediu para não se identificar.

Segundo Santos, gerente da Conab, os
cálculos matemáticos para este ano já furaram.
No início da safra, o órgão previa uma média
de R$ 54,74 para o preço da saca de arroz. Até
o momento, está em 64,43 no Rio Grande do
Sul. “Tem espaço para o preço subir um pouco,
mas não há motivo para novas disparadas”,
disse.

Viana, da consultoria Safras & Mercado,
completa dizendo que a paridade de
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