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Valor Econômico/Nacional - Opinião
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Indústria ganha destaque na retomada


das economias


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A indústria está liderando a retomada das
atividades econômicas em muitos países,
inclusive no Brasil, mostrando-se mais resiliente
aos efeitos nefastos da pandemia do
coronavírus do que outras áreas da economia.
Curiosamente, essa tendência ocorre depois de
décadas em que o setor industrial perdeu
espaço e força em termos mundiais em
comparação com outros segmentos, em
especial o de serviços.

Nesta semana, dados sobre dois países
europeus que sofreram muito com grande
número de casos e de mortes provocados pela
covid-19 mostraram uma retomada animadora
da produção manufatureira. Pesquisas
divulgadas há 10 dias indicaram que a

economia espanhola foi a mais negativamente
afetada pela pandemia no período de abril a
junho. Em julho, levantamentos mostraram que
a indústria começa a sair do fundo do poço —
com resultados melhores inclusive do que os
esperados pelos especialistas. Tendência
semelhante foi observada na Itália.

Nos EUA, o índice de atividade industrial do
Instituto para Gestão de Oferta (ISM) continuou
a melhorar em julho, avançando para 54,2 —
números acima de 50 indicam expansão da
atividade. Na Alemanha, as encomendas feitas
às fábricas aumentaram 27,9% entre maio e
junho, enquanto o mercado projetava expansão
de 10,1%.

Outro sintoma importante dos avanços do setor
industrial podem ser vistos na China, com
reflexos inclusive para o Brasil. A volta da
produção das siderúrgicas no país, pós-
pandemia, está tão forte que elevou as cotações
do minério de ferro para os níveis mais elevados
em pouco mais de um ano, puxando para cima
as cotações de mineradoras ao redor do mundo,
como a Vale.

No Brasil, o IBGE apurou que a produção da
indústria avançou 8,9% em junho na
comparação com o mês anterior, puxada
principalmente pela alta na produção de
automóveis. Livre da maior parte das restrições
de funcionamento que ainda pesam sobre os
serviços e o varejo com a pandemia da covid-
19, o setor registrou seu segundo mês de
crescimento, após a alta de 8,2% em maio. Com
a reativação de fábricas em meio à flexibilização
do isolamento social, a pesquisa mensal do
IBGE detectou crescimento acumulado para o
setor de 17,9% nos meses de maio e junho. A
perda verificada em março e abril ainda é maior,
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