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Valor Econômico/Nacional - Especial
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
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Baldy era uma das pontes entre Maia


e governador na gestão paulista


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Autor: Maria Cristina Fernandes

A operação da Polícia Federal que prendeu o
secretário de Logística e Transportes
Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy,
constrange, de uma só tacada, dois polos do
centro que busca se antagonizar com o
presidente Jair Bolsonaro, o governador de São
Paulo, João Doria e o presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Logo cedo, o governador tuitou que as
acusações não se relacionam à atuação do
secretário em São Paulo e que confia nos seus
esclarecimentos. A defesa de Baldy também
rechaçou a relação do secretário com fatos
ocorridos em 2013 nos contratos de um hospital

em Goiânia, da época em que foi secretário do
governo Marconi Perillo (PSDB).

Desde o início da manhã de ontem, porém, a
rede bolsonarista já havia começado a circular,
nas redes sociais, a imagem de lotes de
dinheiro vivo supostamente encontrados na
casa do secretário paulista em Brasília. A
Operação Dardanários foi autorizada pela
justiça federal do Rio para apurar esquemas de
corrupção envolvendo contratos na área de
Saúde do governo Sérgio Cabral.

Tucanos atribuem a operação ao alinhamento
político entre o juiz que a autorizou, Marcelo
Bretas, e o presidente Jair Bolsonaro. Lembram
ainda que governadores, como Wilson Witzel
(PSC), do Rio, e colaboradores de outros
governadores não alinhados a Bolsonaro, como
Wellington Dias (PT), do Piauí, e Paulo Câmara
(PSB), de Pernambuco também têm sido alvos
recentes da Polícia Federal.

No comando daquela que é, tradicionalmente, o
eixo das obras do governo de São Paulo, por
agregar os orçamentos de metrô, rodovias,
ferrovias e portos, foi Baldy quem
desatravancou a concessão para a Linha 6 do
metrô, um projeto que demanda R$ 12 bilhões
de investimentos, o maior já feito no Estado.

Ao fechar o acordo para a venda da concessão,
do consórcio entre a Odebrecht, Mitsui, Queiroz
Galvão e UTC para a empresa espanhola
Acciona, Baldy evitou que a licitação, parada
desde 2016, caducasse.

No governo Doria, Baldy compunha, junto com o
vice-governador, Rodrigo Garcia, e o secretário
de Relações Internacionais, Julio Sesson, a
trinca mais forte de secretários estaduais.
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