Clipping Banco Central (2020-08-07)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


Valor Econômico/Nacional - Eu & Fim de Semana
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

América Latina não mudaram drasticamente,
as circunstâncias é que mudaram”, diz.
Resumindo o que espera no ano que vem caso
Biden seja eleito, ele diz crer num
renascimento do Departamento de Estado
depois da era Trump e no retorno ao eixo
tradicional da política internacional americana.


Apontado por Shannon e Shearer como uma
peça importante da futura política exterior de
Biden, Antony Blinken trabalhou nos governos
Clinton e Obama e tem sido o principal
assessor de Biden para política internacional
há quase duas décadas, escrevendo alguns de
seus discursos. Ele também foi assessor-
assistente de Segurança Nacional de 2013 a
2015 e subsecretário de Estado de 2015 a



  1. Blinken deixou o governo depois da era
    Obama e abriu uma firma de consultoria
    política chamada WestExec Advisors.


Ele comentou em junho do ano passado, ainda
durante as primárias democratas, como pode
ser a estratégia internacional de Biden,
caracterizando-a como “uma política exterior
esclarecida em busca dos interesses
americanos”. Ladeado pelos assessores
internacionais dos outros candidatos num
evento do canal C-SPAN, Blinken lembrou que
Biden conseguiu convencer o Congresso em
2014 a destinar quase US$ 750 milhões em
ajuda para Guatemala, El Salvador e Honduras
em troca do comprometimento desses países
em conduzir reformas que estimulem seus
cidadãos a não emigrarem para os EUA.


O papel de Biden no plano Aliança para a
Prosperidade do Triângulo Norte é um exemplo
de como Obama usou seu vice-presidente para
lidar com as questões latino-americanas. O
plano não impediu que a ativista ambiental e
dos direitos indígenas hondurenha Berta
Cáceres fosse assassinada em 2016 — a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos


da OEA havia recomendado que o governo
hondurenho providenciasse proteção 24 horas
para Berta, o que não foi feito. O caso segue
sem solução.

Shannon conheceu Blinken em 1999, e os dois
trabalharam juntos durante os governos Clinton
e Obama. Ele o descreve como “mui - to bom,
muito inteligente e bem articulado”. Blinken tem
muita experiência em Washington e no mundo,
conta com a “total confiança” de Biden e tem
sido muito bem-sucedido na WestExec,
acrescenta Shannon. Blinken não respondeu a
pedidos de entrevista.

A relação comercial entre os dois países vai
bem para os EUA, que tiveram um superávit
comercial em bens de US$ 12 bilhões com o
Brasil no ano passado, segundo dados do
Departamento do Censo dos Estados Unidos.
O superávit vem crescendo desde 2017:
passou de US$ 7,9 bilhões em 2017 para US$
8,2 bilhões em 2018. O pico mais recente foi
US$ 16,6 bilhões em 2016. Até maio, os EUA
acumulam superávit em produtos de US$ 5,9
bilhões com o Brasil. O país comprou
principalmente aviões, máquinas, derivados de
petróleo, eletrônicos e instrumentos óticos e
médicos. Segundo maior mercado de
exportação brasileiro, os EUA compraram
principalmente petróleo, aviões, ferro, aço e
máquinas.

Uallace Lima, professor de economia da
Universidade Federal da Bahia (Ufba) e
pesquisador do comércio bilateral, ressalta que
o Brasil tem uma pauta exportadora mais
diversificada com os EUA, inclusive em
manufaturados. As importações crescentes de
combustível, por outro lado, refletem a decisão
estratégica da Petrobras de se concentrar na
exportação de óleo cru e reduzir a produção de
derivados, ressalta.
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