A loucura da razão econônica- David Harvey

(mariadeathaydes) #1

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á» Reí Ricardo II (trad.
l 4S-9. Há um debate recente
escrita data do final
cânone dos estudos
ou “ambição”, e
unan, que o próprio Marx
mJb+D mify Tribune intitula­
b an "eoaamodity” na segunda
mmnm e Baeníríos sobre a obra
la ü e a a e no contexto da epí-


Ao longo da vida, Marx fez um esforço prodigioso para compreender como fun­
ciona o capital. Sua obsessão era tentar descobrir como aquilo que ele chamou de
“as leis de movimento do capital” afetavam o cotidiano das pessoas comuns. Ele
expôs de maneira implacável as condições de desigualdade e exploração enterradas
no atoleiro das teorias autocongratulatórias apresentadas pelas classes dominantes.
Estava particularmente interessado em descobrir por que o capitalismo parecia ser
táo propenso a crises. Será que essas crises, como as que ele testemunhou em 1848
e 1857, se deviam a choques externos, como guerras, colheitas ruins e escassez
natural, ou havia algo no modo de funcionamento do próprio capital que tornava
inevitáveis tais abalos destrutivos? Até hoje essa questão atormenta as investigações
econômicas. Dado o estado lamentável e a trajetória confusa do capitalismo global
desde a crise de 2007-2008 - e seus impactos deletérios na vida de milhões de
pessoas - , parece que este é um bom momento para rever o que Marx descobriu.
Talvez encontremos insights úteis para nos ajudar a esclarecer a natureza dos pro­
blemas com os quais nos deparamos agora.
Infelizmente, não é tarefa fácil resumir as descobertas de Marx e acompanhar
seus intricados argumentos e suas detalhadas reconstruções. Em parte porque ele
deixou sua obra incompleta. Apenas uma pequena fração dela veio à luz em uma
forma que Marx considerou adequada para publicação. O resto é uma massa in­
trigante e volumosa de notas e rascunhos, comentários de autoesclarecimento, ex­
periências mentais do tipo “e se funcionasse assim” e uma série de refutações a
objeções e críticas reais e imaginadas. Na medida em que o próprio Marx se apoiou
em grande parte em uma interrogação crítica sobre a forma como a economia
política clássica (dominada por figuras como Adam Smith, David Ricardo, Tho-
mas Malthus, James Steuart, John Stuart Mili, Jeremy Bentham e uma série de
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