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Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Ele quis intervir no STF. E agora?


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Autor: Cristina Serra

Reportagem de Monica Gugliano, na revista
Piauí, reconstitui em detalhes uma reunião no
dia 22 de maio, no Palácio do Planalto, entre o
capitão -presidente, seus generais de pijama e
alguns ministros civis. A reunião era, na
verdade, uma conspiração contra a democracia.
"Vou intervir!", esbravejou Bolsonaro.

O presidente queria destituir os 11 ministros do
STF e substituí-los por dóceis lambe-botas para
pôr a casa "em ordem". Tudo isso porque o
ministro Celso de Mello tomara medida de praxe

em investigação relacionada ao presidente. Os
conspiradores chegaram a discutir como dar
uma fachada de legalidade ao autogolpe.

O desatino não encontrou ressonância entre
militares da ativa, que tem o comando das
tropas. Evitou-se o insano propósito com uma
"nota à nação brasileira", assinada pelo general
do GSI, Augusto Heleno, que, no entanto,
ameaçou o Supremo com "consequências
imprevisíveis" se houvesse "afronta" à
autoridade presidencial.

Que reunião de tal teor tenha ocorrido e que não
se veja reação ou providências das instituições
para punir os sabotadores da República mostra
a profundidade do abismo em que estamos
metidos. À época do conluio sinistro, o Brasil
chorava mais de 20 mil mortos pela pandemia, e
Bolsonaro reagia com indiferença. "E daí?"

Daí que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
afirmou, há uma semana, não ter "elementos"
para abrir um processo de impeachment.. Os
donos do dinheiro grosso seguem firmes com
Paulo Guedes, e a oposição continua fazendo
política com o fígado. E assim todos vão se
acomodando à "nova ordem".

Bolsonaro sempre mostrou quem é. Em 2017,
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