Banco Central do Brasil
Correio Braziliense/Nacional - Economia
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência
Compensações para desoneração da
folha
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Autor: MARINA BARBOSA
Para cumprir a promessa de desonerar a folha
de pagamentos das empresas, o governo vai
precisar aumentar impostos ou fazer uma nova
reforma da Previdência. O aviso é da assessora
especial do Ministério da Economia, Vanessa
Canado, que discutiu, ontem, os impactos da
reforma tributária com o setor de serviços.
"Não tem outro caminho para desonerar a folha
senão mexer na receita ou na despesa. A gente
não tem segredo. A gente vai ter de avançar
nessa discussão, debatendo uma nova base (de
arrecadação) ou aumento de outros tributos...
Ou uma nova reforma da Previdência, daqui a
alguns anos, quem sabe", alertou Vanessa
Canado.
A assessora do ministro da Economia falou
sobre o assunto após ser questionada por
empresários do setor de serviços sobre o
andamento da proposta de desoneração da
folha. Esta é uma promessa de Guedes para
estimular a geração de empregos após a
pandemia do novo coronavírus. Além disso, a
redução dos custos trabalhistas pode aliviar o
aumento de impostos que a reforma tributária
vai impor ao setor.
Vanessa Canado assegurou que a proposta
está na pauta, pois é "um assunto caro ao
ministro (Paulo Guedes) e um tema recorrente
em todas as nossas reuniões". E garantiu que a
equipe econômica tem "buscado todas as
alternativas possíveis" para bancar a redução
dos encargos trabalhistas.
Cenários
Segundo a assessora, a equipe econômica tem
trabalhado em vários cenários: "com
substituição de tributos em uma nova base de
incidência; sem uma nova base de incidência;
até onde podemos ir". Porém, o ministro Paulo
Guedes já defendeu diversas vezes a criação
de uma base ampla de arrecadação para
compensar a desoneração da folha.