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Correio Braziliense/Nacional - Cidades
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Severino Francisco - Dulcina resiste


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Autor: por Severino Francisco >>
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Como todas as instituições particulares de
ensino, a Faculdade Dulcina viveu (e ainda vive)
um momento dramático durante a pandemia.
Havia o receio de que os alunos debandassem
e, com isso, inviabilizassem o funcionamento da
instituição. Afinal, ela trabalha com as artes
cênicas, que são, essencialmente, presenciais.

O que distingue a arte ancestral do teatro é o
fato de ser um acontecimento único, corpo a
corpo, olho no olho. Mas, imbuídos pela paixão
do teatro e pelo espírito de resistência de

Dulcina, os professores fizeram da pandemia
um tema de aprendizagem sobre a cultura e
sobre a vida para os alunos. É preciso resistir à
tormenta e manter a escola funcionando.

Liguei para o diretor e professor Fernando
Guimarães para saber notícias da Faculdade
Dulcina. A instituição precisa de ajuda, mas o
fato é de que, contra todas as previsões,
sobrevive. Vários alunos novos fizeram o
vestibular e poucos dos antigos desistiram.

O trabalho de convencimento dos professores
funcionou. Eles se empenham,
permanentemente, em manter viva a memória
da luta de Dulcina de Moraes para instalar e
manter uma faculdade de teatro na capital do
país. Dulcina era uma mulher divertida, elétrica,
carismática e magnetizadora. O teatro estava no
sangue.

Todos que se aproximaram dela foram tocados
por sua paixão pelo teatro. Fernanda
Montenegro, Marília Pera, Nicete Bruno são
algumas atrizes que a tiveram como referência
essencial. Somente essa ação já a distinguiria
na história do teatro brasileiro.

Quando resolveu vir para Brasília, Dulcina
estava no ápice da carreira de atriz e de
empresária do teatro que levava o seu nome no
Rio de Janeiro. Mas ela trocou a comodidade
pela aventura na poeira dos tempos inaugurais
de Brasília. Nunca se arrependeu, apesar de
nunca ser agraciada pelos governantes com o
apoio que merecia.

Dulcina tinha uma fé no teatro capaz de abalar
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