Banco Central do Brasil
Valor Econômico/Nacional - Finanças
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - CopomCommodities garantem alta do
Ibovespa, mas cautela pesa no
câmbio
Clique aqui para abrir a imagemAutor: Marcelo Osakabe, Marcelle Gutierrez,
Victor Rezende e Ana Carolina Neira De São
PauloA alta dos preços das commodities garantiu um
fechamento no positivo para a bolsa brasileira.
No entanto, a cautela permanece nos mercados
diante de preocupações em torno dos atritos
entre Estados Unidos e China e sobre o destino
dos estímulos emergenciais americanos.O Ibovespa fechou com valorização de 0,65%,
aos 103.444 pontos, mais próximo da máxima
do dia, dos 103.722 pontos (0,92%).O pregão,
porém, foi marcado pela volatilidade e o índice
chegou a recuar 1,45%, aos 101.282 pontos.Um dos mercados que sofreu ontem com a
busca por proteção foi o câmbio. O dólar
comercial terminou a sessão com avanço de
0,94%, cotado a R$ 5,4643. Dessa forma, o real
teve o segundo pior desempenho do dia, com o
peso chileno liderando as perdas, com baixa de
2,21%. Já o peso colombiano completou o
ranking, no terceiro lugar, com recuo de 0,68%.O movimento do câmbio mostra que os
investidores seguem bem atentos a questões
fiscais no Brasil, mas sem descuidar dos
debates lá fora. No início do dia, a moeda
americana chegou a apresentar queda
consistente, tocando R$ 5,3537 na mínima. O
alívio foi ajudado por sinalizações de
comprometimento com a trajetória fiscal
emitidas pelo ministro da Infraestrutura, Tarcisio
Freitas. Na semana passada, as pressões sobre
o teto de gastos contribuíram para a moeda ter
alta de 3,76% no Brasil.Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do
banco Mizuho no Brasil, a realização técnica
observada no início do pregão acabou
sucumbindo ao exterior. “Ainda temos tensões
entre Estados Unidos e China, bem como o
impasse nas negociações sobre o pacote de
estímulos”, diz. “Sem dados relevantes na
agenda, acabamos nos alinhando ao que ocorre
lá fora.”Em relação ao pacote de estímulos, o temor é
sobre a constitucionalidade das ordens
executivas assinadas pelo presidente Donald
Trump, que é contestada por congressistas
democratas e republicanos. Entre outras
medidas, elas estendem benefício desemprego
emergencial da pandemia, que ficou no limbo
devido ao fim das negociações os dois partidos.