Clipping Banco Central (2020-08-11)

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Valor Econômico/Nacional - Opinião
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

O grande desmanche do comércio


exterior


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Padrões das relações comerciais mudarão
dramaticamente. Por Rana Foroohar

O TikTok é o aplicativo de relacionamento social
on-line do momento entre adolescentes nos
EUA, o lugar onde publicam seus mais novos
vídeos de dança, as enterradas de basquete ou
põem em prática seu ativismo político, como no
caso daqueles que em junho tentaram
atrapalhar o comício do presidente americano
Donald Trump em Tulsa.

Agora, também se tornou a parte central da
história de descasamento entre EUA e China,
que começou com fabricantes de chips e
equipamentos, como ZTE e Huawei , e agora
gira em torno à ByteDance, dona chinesa do

TikTok, hoje sendo obrigada a vender o
aplicativo a uma empresa de tecnologia
americana, a Microsoft.

Tudo isso respalda a ideia de que o comércio
exterior na área de tecnologia e os padrões de
investimento provavelmente mudarão no futuro.
Até agora, essa história era em grande medida
mais retórica do que real. Apesar das
manchetes sobre as guerras de comércio
exterior, apenas cerca de 7% das rotas de
comércio internacional foram alteradas entre
2014 e 2017, segundo análise feita pelo
McKinsey Global Institute (MGI) em cima de
números da Base de Dados Estatísticos de
Comércio Internacional (Comtrade, no acrônimo
em inglês) da Organização das Nações Unidas
(ONU). As mudanças, no entanto, deverão se
acelerar drasticamente, de acordo com um novo
relatório do MGI.

Em razão de múltiplos riscos — desde
pandemias, mudanças climáticas e rachas
políticos ao crescente número de cibertaques e
de crises financeiras — os choques no comércio
internacional vêm ficando mais frequentes. As
empresas agora sofrem 30 dias de interrupções
em suas cadeias de fornecimento a cada 3,7
anos. Isso significa que, ao longo de dez anos,
as empresas podem perder o equivalente a 40%
do lucro de um ano, de acordo com o relatório.

O MGI também estima que até 26% das
exportações mundiais de mercadorias, um valor
de cerca de US$ 4,6 trilhões, poderiam mudar-
se a novos países nos próximos cinco anos. E
essa é uma estimativa conservadora, baseada
no que é viável economicamente neste
momento. A política pode,é claro, forçar
mudanças que não estão no melhor interesse
de um país, mas que refletem o desejo do
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