Clipping Banco Central (2020-08-11)

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O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

As eleições presidenciais nos EUA e o


Brasil


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Autor: Rubens Barbosa

Em 90 dias o mundo conhecerá o futuro
presidente dos EUA. As pesquisas de opinião
pública indicam hoje uma vitória de Joe Biden
sobre Donald Trump, com margem de cerca de
10 pontos porcentuais. Esse número daria a
vitória a Biden caso a eleição fosse majoritária.
Cabe, porém, um elemento de cautela, visto que
nos EUA a eleição para presidente é decidida
em colégio eleitoral, composto por delegados de
todos os Estados, eleitos a partir dos resultados
nas votações locais. Refletindo a profunda
divisão da sociedade americana, a eleição
deverá ser decidida nos Estados que oscilam
entre conservadores e democratas,

(Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Flórida,
Idaho) e Trump ameaça contestá-la.

A mudança do cenário eleitoral nos últimos três
meses deveu-se à percepção negativa sobre a
forma como Donald Trump vem conduzindo as
medidas contra a pandemia, a queda no
crescimento econômico, o aumento do
desemprego e sua reação aos movimentos
raciais que se espalharam por todo o país.
Passou a haver, assim, uma chance de Joe
Biden vencer as eleições de novembro, com
mudanças significativas nas políticas
econômica, ambiental e externa.

O Partido Democrata, no governo, tentará uma
política econômica que recupere o dinamismo
da economia e reduza o desemprego. Deverá
prevalecer viés nacionalista, que incluirá forte
componente ambiental (Green New Deal),
modificações no sistema de saúde e busca de
liderança no combate à pandemia. Os EUA
voltarão a dar prioridade aos organismos
multilaterais, com o retorno à Organização
Mundial de Saúde, o fortalecimento da OMC e a
adesão ao Acordo de Paris. As crescentes
tensões geopolíticas entre EUA e China, no
governo democrata, deverão continuar e mesmo
ampliar-se. Nesse contexto, deverão aumentar a
pressão sobre governos autoritários e a defesa
da democracia, agravando as tensões nas áreas
comercial, tecnológica e militar, pois Beijing é
tratada hoje como adversário pelo establishment
norte-americano.

Como ficariam as relações Brasil-EUA com um
presidente democrata?
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