Clipping Banco Central (2020-08-11)

(Antfer) #1

Banco Central do Brasil


O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Editorial Econômico - Política fiscal


condiciona alta da dívida pública


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A colocação líquida, em junho, de quase R$ 115
bilhões em papéis da dívida pública deve ser
vista como expressiva, mostrando interesse dos
investidores, inclusive externos, que
subscreveram bônus soberanos. O estoque da
dívida federal (DPF) aumentou de R$ 4,25
trilhões em maio para R$ 4,39 trilhões em junho.
Mas, ao mesmo tempo, cresceu o peso dos
vencimentos em 12 meses - de 23,25% em
maio para 23,30% em junho. O aumento parece
pequeno, mas tem sido frequente. Entre
dezembro de 2019 e junho de 2020, o prazo
médio da DPF caiu de 3,97 anos para 3,68
anos.

Isso quer dizer que o Tesouro vem ampliando
as emissões de curto prazo, concentradas em
títulos prefixados. O benefício é pagar juros
baixos, mas o encurtamento do prazo torna a
dívida mais vulnerável a mudanças de humor do
mercado. O remédio contra os riscos de
volatilidade da dívida é centrar esforços rumo ao
reequilíbrio fiscal, combatendo o crescimento
vegetativo dos gastos. Mas não é tarefa fácil,
após um déficit primário do governo central de
R$ 417 bilhões no primeiro semestre - e a
expectativa de novo déficit alto neste semestre.

Os fatores que impactam a dívida são o
crescimento da economia, o déficit primário e os
juros reais. Mas só os juros propiciam, hoje, um
alívio. O custo médio da dívida em reais em 12
meses caiu de 7,62% ao ano em maio para
7,52% em junho. O custo das novas emissões
em oferta pública diminuiu de 5,62% ao ano em
maio para 5,35% em junho (era de 6,94% ao
ano em dezembro de 2019). Menos juros
permitem que a dívida suba mais devagar, mas
ainda assim a dívida bruta oficial é projetada em
cerca de 95% do Produto Interno Bruto (PIB)
neste ano. E aumentaram muito as operações
compromissadas do Banco Central (BC), que
são incluídas pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) no total da dívida pública.

Para resgatar papéis que vencem regularmente,
o Tesouro tem-se valido, com frequência, de
saques na conta única, pois as novas emissões
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