Dragões - 201707

(PepeLegal) #1

REVISTA DRAGÕES julho 2017


BILHAR OS IMORTAIS #30 #30


Há 30 anos, o triunfo (2-1) sobre
o Bayern de Munique no Estádio
do Prater (Áustria) consumou a
elevação do emblema portista
à condição universal. Não
foi um passo circunstancial
ou espontâneo na vida do
FC Porto, porque obedeceu
incomparavelmente menos à
sorte protetora dos audazes do
que ao cumprimento de objetivos
internos, assumidos na primavera
de 1982, com a primeira eleição
presidencial de Jorge Nuno Pinto
da Costa.
Os regressos do treinador José

Maria Pedroto e do goleador
Fernando Gomes, a construção
de um plantel competitivo, o
rebaixamento do relvado e
ampliação das bancadas do
Estádio das Antas são exemplos
das linhas programáticas de
1982 que comparticipariam na
caminhada portista em direção a
Viena. Esta passagem da história é
fundamental para a compreensão
do título na Taça dos Campeões
Europeus e o consequente
despertar de uma era inédita na
memória do desporto português.
Quando se alcança algo de

estupendamente perfeito, dá
vontade de parar o tempo, mas
em 1987 o FC Porto já estava mais
do que preparado para continuar
a girar com o mundo. O clube
entrou na autoestrada do êxito
pós-Viena sem abdicar do código
de condução em vigor desde abril
de 1982 e, por isso, a afirmação
internacional da marca azul e
branca também não foi apenas
uma consequência do êxito, nem
significou queda em tentação nas
vertigens próprias dos sucessos.
Mediático como nunca, o FC
Porto foi na onda do triunfo, mas

sem perder o pé, aproveitando
todas as oportunidades para
se estabelecer e permanecer
confortável nas águas dominadas
pelos tubarões do futebol
europeu. Naturalmente, foi
importante poder circunscrever
os efeitos de atração provocados
pela vitória em Viena – saíram
o treinador Artur Jorge e o
avançado Paulo Futre –, e o clube
seguiu a trajetória da afirmação
universal, terminando aquele
ano mágico de 1987 na condição,
à vista de todos, de melhor do
mundo.

TEXTO e FOTOS: MUSEU FC PORTO

A conquista da Taça dos


Campeões Europeus de 1987


foi a metamorfose perfeita


do Dragão. Em Viena, o


FC Porto abraçou a fama e a


responsabilidade dos emblemas


da elite internacional. E que


bem se deu o clube com a


globalização do azul e branco...


we are the


world


Supercampeão
A vitória na final de Viena abriu um
horizonte de sonho ao FC Porto e o clube
foi atrás do sucesso sem precedentes
na memória do futebol português.
Por ser campeão europeu, disputou
e venceu a Taça Intercontinental em
Tóquio (Japão), frente aos uruguaios do
Peñarol, e ao título de campeão do Mundo
juntou a Supertaça da UEFA, discutida
a duas mãos com o Ajax (Holanda).
Quando passam 30 anos sobre este capítulo
da história, o Dragão continua a ser o único
em Portugal que exibe estas conquistas
no palmarés (é, aliás, o clube português
com mais títulos internacionais: sete), e o
triplete de 1987 – culminado, curiosamente,
em janeiro de 1988, no Estádio das Antas,
palco do encontro da segunda mão da
Supertaça da UEFA – resultou, obviamente,
num reforço muito importante da
visibilidade global da marca azul e branca.

Cartazes de luxo
Em junho de 1987, o FC Porto foi cabeça de
cartaz no Mundialito de Clubes, torneio
particular de futebol realizado em Milão (Itália).
Não venceu a prova, mas ficou em segundo
lugar, atrás do anfitrião Milan, com estes
resultados: FC Porto-Milan, 0-2; FC Porto-Inter
de Milão, 2-0; FC Porto-Barcelona, 1-1; FC Porto-
PSG, 1-0. A participação neste torneio foi uma
parte importante dos jogos realizados pelo
Dragão no encerramento da época de Viena.
O clube começou por olhar a quem vibra à
distância com o emblema, vencendo (1-0) os
brasileiros do Flamengo em França e visitando,
logo a seguir, o Luxemburgo, onde festejou
uma vitória (3-0) sobre o Jeunesse d’Esche.
Entretanto, e depois de um empate (3-3) no
Bonfim com o Vitória de Setúbal e um triunfo (7-
1) em Foggia (Itália), houve tempo para ganhar
(1-0) ao Servertte, na Suíça, antes do Mundialito
milanês. Já à entrada da época de 1987/88, a
final de Viena seria reeditada no mês de agosto,
em Barcelona. O FC Porto, sob a orientação do
treinador Tomislav Ivic, entrou para a história
como vencedor do torneio particular Joan
Gamper. No Camp Nou, os dragões afastaram
o Ajax (Holanda) da luta e discutiram o troféu
frente ao Bayern de Munique, com Semedo e
Madjer a marcarem os golos do triunfo (2-0).
REVISTA DRAGÕES julho 2017

A Taça dos Campeões
de 1987 à vista de
todos na festa do
FC Porto em Viena

Campeões do Mundo de 1987 em Tóquio

A Supertaça da UEFA de 1987 erguida em casa
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