Dragões - 201808

(PepeLegal) #1

REVISTA DRAGÕES agosto 2018


TEMA DE CAPA #


a vontade e a entrega. No meu
caso, face a estes anos no FC
Porto e a esta renovação, penso
sempre que não jogo só por mim,
mas por uma série de gente que
puxa por mim e confia em mim.


Pelas nossas contas, já fez
575 jogos como profissional.
O Casillas já passou dos
1000, mas de qualquer
forma é um número que o
deixa orgulhoso, não?
O Casillas já é de outro nível
[risos]. Ter mais de 500 jogos
como profissional é um bom
número, nunca imaginei chegar
a isso, no futebol uruguaio, no
futebol português e na seleção.
É algo muito bonito e oxalá que
ainda consiga fazer muitos mais.


Já pensou no que gostaria
de fazer quando acabar
a carreira? Já tem algum
projeto em andamento?
Não, não, nada, até evito
pensar nisso. Concentro-
me para já no futebol e em
jogar até conseguir. Quando
chegar a hora, pensarei nisso.
Para mim, vir treinar e estar
com a equipa diariamente,
estando bem fisicamente, já
é uma vitória. Vou jogar até
conseguir, até cair para o lado,
mas também não me vou
andar a arrastar. Se vir que
estou a dar muita vantagem,
que já não consigo, ou que
começo a ter lesões, paro
de jogar. Um jogador sabe
quando tem de dizer basta.

“Tive um percurso


importante na Seleção”


Como foi participar no seu terceiro
mundial pelo Uruguai e continuar a ser o
recordista de jogos pela sua seleção?
Tive a felicidade de fazer parte de um processo já com 12
anos, com o maestro Óscar Tabárez. Tivemos momentos
um pouco difíceis, como a classificação para o mundial,
e também momentos muito bonitos como a conquista
da Copa América em 2011. Foram anos muito bonitos
que me fizeram crescer como jogador e como pessoa.
Fui ao meu terceiro mundial, um grande objetivo que
tinha, embora não tenha jogado. Já tive um percurso
importante na seleção e não posso pedir mais.

Mas a porta da seleção do Uruguai já está
fechada ou o Maxi continua disponível?
Pelo que foi o Mundial e os últimos tempos, em que lutei
mas não consegui jogar, talvez tenha sido um sinal para
mim. Estão a chegar jogadores novos e nesta altura prefiro
preocupar-me com a minha equipa, estar aqui a treinar
e a dar tudo pelo clube. As viagens também se estavam
a tornar cansativas, viajar para, se calhar, não jogar já se
estava a tornar difícil para mim. Mas não é nada definitivo,
é apenas o que sinto nesta altura, em que sinto que é
mais importante lutar pelo meu lugar aqui no FC Porto.

Durante os estágios, o que costuma
jogar para ocupar os tempos livres?
Nada, nada [risos]! Tomo apenas o meu mate e
fico no quarto com o Herrera, a falar. Falo muito
com ele. É algo que se está a perder um pouco
com as novas tecnologias, às vezes não se fala
tanto com o companheiro do lado. No nosso
quarto falamos muito, eu tomo o meu mate,
o Herrera não, vemos algum jogo que esteja a
dar no televisor e ficamos por ali, tranquilos.

Não é grande fã das redes
sociais, pois não?
Não, nem tenho redes sociais, sou
um pouco à antiga. Obviamente que
foram surgindo muitas coisas novas
e que os mais jovens cresceram com
isso, habituaram-se assim, mas eu
sou de outra época, de outro tempo
de experiências que não se devem
perder, porque são importantes.

"Gosto de ir ao


Parque da Cidade"


Melhor sítio para passear no Porto?
Não sou muito de sair para passear
mas, quando tenho um dia de folga,
gosto de ir com os meus filhos a
Matosinhos, de caminhar pela marginal,
junto à praia. Como tenho quatro
filhos, também gosto de ir ao Parque
da Cidade, um sítio muito tranquilo
para estar com crianças e muito bonito.
Quando saio para jantar, gosto de ir
junto ao Douro, que também é lindo.

O restaurante preferido?
Não tenho um restaurante favorito,
mas vou muito ao Antonio Mezzero,
que é uma pizzaria, à Casa da Foz,
um restaurante onde me sinto à
vontade, ao Dom Peixe e a outros
restaurantes de peixe, enfim, a
vários sítios, sem ter um favorito.

Locais emblemáticos do Porto?
A parte da Catedral (Sé) é muito bonita
e a zona das pontes também. Sempre
que vem cá a minha família, vamos
passear um pouco à Ribeira, uma
zona muito bonita e muito turística.

Programa ideal nas folgas?
Como muitas vezes não temos a
possibilidade de ficar em casa em
família, é isso que gosto de fazer
quando tenho uma folga. Fico com
os miúdos em casa, vou ao Parque
da Cidade ou a Matosinhos, à praia.
Gosto de aproveitar cada momento
com eles, porque muitas vezes não
temos a oportunidade de o fazer.

"Não tenho redes sociais,


sou um pouco à antiga"

Free download pdf