De Cedofeita a Campanhã, do Campo da
Rainha ao Estádio do Dragão, o crescimento
do FC Porto foi acompanhado por sucessivas
mudanças para instalações melhores,
maiores e mais modernas. Já foram quatro
as casas principais dos Dragões, cujos nomes
evocam memórias de mais de um século
de tardes e noites de glórias sem igual.
QUATRO
ESTÁDIOS
DE ALMA
CAMPO
DA RAINHA
O primeiro campo do FC
Porto localizava-se na rua
da Rainha, hoje Antero
de Quental, mesmo às
portas do centro histórico
da cidade. O recinto, que
funcionou entre 1906 e 1913,
foi construído num terreno
que pertencia à Companhia
Hortícola Portuense e que
foi arrendado ao clube por
intermédio de Jerónimo
Monteiro da Costa, pai de
José Monteiro da Costa.
Era constituído por um
relvado, court de ténis,
balneários e uma tribuna
imponente. Foi lá que, a 15
de dezembro de 1907, se
realizou o primeiro jogo
internacional da história do
futebol português, em que
o FC Porto bateu o Real
Fortuna de Vigo por 4-1.
CAMPO DA
CONSTITUIÇÃO
A principal casa dos
Dragões durante quase
40 anos abriu portas a
1 de janeiro de 1913. O
Campo da Constituição
foi um dos palcos das
primeiras conquistas
nacionais do FC Porto,
nas décadas de 1920 e
1930, e recebeu grandes
jogos internacionais,
frente a adversários
como o Ferencváros, o
Deportivo da Corunha e
o Real Madrid. Cedo se
percebeu, contudo, que
também este espaço era
demasiado acanhado para
um clube com a dimensão
do FC Porto. Por isso,
ao longo dos anos, foi
sujeito a várias obras de
remodelação, que mesmo
assim não evitaram que
alguns jogos de maior
projeção tivessem de ser
disputados nos campos
do Covelo, do Ameal e,
principalmente, no Estádio
do Lima. Na posse do
clube há mais de 100 anos
e dedicado à formação
há mais de 60, o Campo
da Constituição é, ainda
hoje, a principal fábrica
de talentos do FC Porto.
TEXTO: DIOGO FARIA
ESTÁDIOS #34
REVISTA DRAGÕES setembro 2018
ESTÁDIO DAS ANTAS
Ao longo de toda a história azul
e branca, os sócios do FC Porto
foram protagonistas de vários
episódios de mobilização de
esforços em prol do clube. Um
dos mais famosos aconteceu
em 1948, quando os portistas
se uniram para depositar na
sala de troféus a imponente
Taça Arsenal, mas nenhum
suplantou aquele que resultou
na construção do Estádio das
Antas. Inaugurado a 28 de
maio de 1952, com iluminação
para jogos noturnos a partir
de 1962, uma arquibancada em
1976 e um relvado rebaixado
em 1986, foi palco da estreia
do FC Porto nas competições
europeias e dos festejos de
quatro títulos internacionais e de
16 campeonatos nacionais. Após
52 anos de sucessos, os adeptos
do FC Porto despediram-se das
Antas, onde viram brilhar estrelas
como Jaburu, Pedroto, Pavão,
Oliveira, Gomes, Madjer, Jardel
e Deco, em janeiro de 2004.
ESTÁDIO DO DRAGÃO
O FC Porto entrou verdadeiramente no século XXI com a inauguração do
Estádio do Dragão, a 16 de novembro de 2003, no jogo frente ao Barcelona
em que Lionel Messi se estreou como sénior. Palco de partidas oficiais a
partir do princípio do ano seguinte, este vizinho das Antas teve um primeiro
ano de vida em cheio: acolheu a consagração dos campeões de Portugal,
da Europa e do mundo pelo FC Porto e o jogo de abertura do Euro 2004.
Os augúrios dificilmente poderiam ser melhores. E a verdade é que,
desde então, os Dragões não têm parado de somar títulos, de Mourinho
a Sérgio Conceição, de Deco a Iker Casillas, passando por Jesualdo
Ferreira, André Villas-Boas, Vítor Pereira, Quaresma, Lucho González, Hulk,
Falcao e Jackson Martínez. Desde 2013, esta infraestrutura projetada pelo
arquiteto Manuel Salgado acolhe também o Museu FC Porto, repositório de
histórias e de memórias de um clube sempre orgulhoso do seu passado.