REVISTA DRAGÕES JULHO 2020
António Oliveira
Portugal, 1952
Épocas no FC Porto:
1996/97-1997/98
Títulos no FC Porto: 2 Ligas
portuguesas, 1 Taça de Portugal,
1 Supertaça de Portugal
Pedroto afirmava convictamente
que Oliveira era “um dos
melhores jogadores do
mundo” na década de 70, e o
penafidelense não se cansou de
o demonstrar durante os anos
em que vestiu de azul e branco
e em que ajudou a equipa a
vencer dois campeonatos e uma
Taça de Portugal, sempre sob
a liderança do Mestre. Quando
Bobby Robson partiu para
substituir Johan Cruyff no banco
do Barcelona, Jorge Nuno Pinto
da Costa apostou neste homem
da casa para protagonizar a luta
por um objetivo que o FC Porto
nunca tinha alcançado nas quatro
vezes em que já o tinha tentado:
o tricampeonato. Depois de dirigir
a seleção de Portugal no Euro 96,
Oliveira herdou um plantel de luxo,
recebeu reforços da craveira de
Artur, Jardel, Sérgio Conceição –
que regressava após empréstimo
- e Zahovic, e cedo colocou a
equipa a alcançar resultados
importantes: a Supertaça foi
conquistada com uma dupla
vitória sobre o Benfica, incluindo
uma goleada por 5-0 no Estádio
da Luz; a fase de grupos
da Liga dos Campeões foi
despachada com cinco vitórias
e um empate, com destaque
para o triunfo por 3-2 sobre o
AC Milan, em San Siro; e o tri
surgiu mesmo no fim da época,
com 13 pontos de vantagem
sobre o segundo classificado.
Na temporada seguinte, o tri
deu lugar a um histórico tetra,
ainda para mais embrulhado
numa saborosa dobradinha.
REVISTA DRAGÕES JULHO 2020
Bobby Robson
Inglaterra, 1933-2009
Épocas no FC Porto:
1993/94-1995/96
Títulos no FC Porto: 2 Ligas
portuguesas, 1 Taça de Portugal,
2 Supertaças de Portugal
Chegou a Portugal pela porta
do Sporting, dono de um
currículo que incluía oito anos
à frente da seleção inglesa e
títulos conquistados ao serviço
do Ipswich e do PSV Eindhoven,
mas foi despedido a meio da
época numa altura em que
liderava a Liga portuguesa. Jorge
Nuno Pinto da Costa aproveitou
e contratou-o em janeiro de
1994, ainda a tempo de atingir
as meias-finais da Liga dos
Campeões e de vencer a Taça de
Portugal numa finalíssima frente
ao clube que o tinha dispensado.
Nas duas temporadas seguintes,
Robson continuou a colocar o
FC Porto a jogar um futebol
ofensivo e entusiasmante, que
resultou na conquista dos dois
campeonatos correspondentes
ao arranque do ciclo do penta. O
primeiro, por ironia do destino, foi
confirmado com um triunfo em
Alvalade, onde o inglês voltou a
ter a oportunidade de demonstrar
que escorraçá-lo não tinha sido
propriamente uma boa ideia. Ao
palmarés foram ainda adicionadas
duas Supertaças discutidas
com o Benfica. A herança de
dois anos e meio de Robson
nas Antas, contudo, extravasou
o âmbito dos títulos e do bom
futebol praticado: para sempre
na memória dos adeptos ficou
a imagem de um homem afável
que espalhou classe no clube e
no desporto português. Like a Sir.