AMORIM FOI
À IRLANDA
DO NORTE
bbb Na I liga, Rúben Amorim
(na foto) configura o caso mais
flagrante e teve de encontrar
solução fora de portas. O téc-
nico do Sporting foi à Irlanda
do Norte completar a forma-
ção que lhe permita ser treina-
dor adjunto dos verdes e bran-
cos pelo grau III obtido. Nem
sempre é fácil, porém, conse-
guir estudar no estrangeiro, já
que a Federação tem de apro-
var o candidato e dar o parecer
positivo ao país de destino.
Tiago, do V. Guimarães, en-
trou no nível IV como supra-
numerário (ver peça da direi-
ta) e Sérgio Vieira, do Farense,
também fará a última forma-
ção entretanto.PRINCIPAIS
TÊM DE TER
ADJUNTOS
bbb Luís Freire é o quinto su-
plente do nível III, mas o Na-
cional garante-lhe continui-
dade. O Rio Ave contratou Má-
rio Silva, que também não
completou ainda o curso para
liderar a equipa na liga. Já Silas
e Zé Pedro, que estiveram no
Sporting, estão num lote com-
posto por Artur Jorge (Braga
B), Carlos Pinto (Chaves), Ál-
varo Pacheco (Vizela), Filipe
Anunciação e Franclim Carva-
lho (adjuntos Belenenses),
Luís Morgado (adjunto Santa
Clara), Hugo Vicente (adjunto
Famalicão), Fernando Ferrei-
ra (adjunto Benfica) e Filipe
Celikkaya (Sporting B). Os cri-
térios de seleção privilegiam
quem integra equipas de I liga,
mas não sendo técnicos prin-
cipais. Há casos em que o ti-
moneiro da equipa, para con-
tinuar a liderar, terá de se man-
ter com o mesmo adjunto. No
entanto, não soma épocas,
porque não entra para a ficha
de jogo como principal.Técnicos secundários estão
a ganhar as vagas por
surgirem na ficha de jogo
como respetivos líderes de
equipaTiago entrou
pela Federação
bbb Tiago Mendes, que assu-
miu o V. Guimarães, estará na
Cidade do Futebol como aluno
supranumerário, numa deci-
são da FPF por o ex-médio ter
estado nos quadros do órgão.
A sua inclusão não retira outro
dos 40 selecionados, mas nos
13 critérios de seleção dos can-
didatos Tiago preencheria
apenas o oitavo – ‘Ex-jogado-
res(as) – que realizaram pelo
menos sete épocas desporti-
vas completas como profissio-
nais nas divisões de topo de
federações membros da FIFA
ou da UEFA’) e o 12.º, destina-
do a treinadores adjuntos de
seleções nacionais sub-19 ou
inferiores. No entanto, não
cumpriria um dos requisitos
indispensáveis para a aceita-
ção de candidatura: ter exerci-
do a (função de treinador du-
rante um mínimo de três épo-
cas desportivas em campeo-
natos nacionais ou ligas pro-
fissionais portugueses ou de
outros países). “Há desigual-
dade de oportunidades. Não
colocamos em causa o valor de
ninguém, contudo há quem
consiga formar-se indo por
uma estrada de alcatrão. Eu e
outros passamos por um cami-
nho com pedras”, lamenta
Luís Loureiro, sem querer, po-
rém, comentar o caso do ex-
rival de meio-campo.VAGA Novo técnico do V. Guimarães poderá
frequentar o curso como supranumerárioEx-médio do Benfica, Lyon
e Atlético de Madrid esteve
na estrutura técnica do
órgão em 2019/20 e a UEFA
permite exceções do
género. Não tira, porém,
lugar a outro candidatoTiago Mendes integrou os quadros técnicos federativosb Treinadores principais
na II ligab Treinadores adjuntos
na I ligab Treinadores principais
de equipas estrangeiras
na I ligab Selecionadores A que
participem em provas
da FIFAb Selecionadores abaixo da
equipa A, que não junioresb Selecionadores de juniores
b Treinadores principais
de equipas estrangeiras
da II ligab Ex-jogadores com sete
épocas em divisões
de topo da UEFA e FIFAb Treinadores adjuntos
em equipa e competição
profissional (II liga em
Portugal, I liga no estrangeiro)b Treinadores adjuntos de
equipa estrangeira na II ligab Treinadores adjuntos de
seleções nacionaisCRITÉRIOS DE ADMISSÃO
UEFA PRO (IV NÍVEL)“Ser adjunto na I
liga é um dos
principais critérios.
Há quem entre e
nem está a treinar”“Não percebo por
que a FPF não
delega os cursos,
como acontece
pela Europa fora”“Está tudo errado
quando o Luís
Freire não entra
no curso”Luís Loureiro
Treinador de futebol e ex-jogador“Sentimo-nos
penalizados. O
número de cursos
é ridiculamente
reduzido”
Joaquim Valinho
Treinador e autor da petiçãoCURA
numa das sete épocas que pas-
sou entre CdP e II Liga, já lem-
brando as oito que passou
como jogador de I divisão: “Ser
adjunto de equipa de primeira
liga é o primeiro critério e de-
pois percebe-se que desses es-
tão poucos a treinar. Sem falar
temos disponível apenas uma
semana para ter a documenta-
ção pronta, sem avisar previa-
mente da abertura do curso.”
Por fim, Luís Loureiro deixa
uma pergunta no ar: “Se o Cris-
tiano Ronaldo quiser, um dia,
tornar-se treinador de futebol
também vai passar por tudo
isto?! Não acho que deves-
se...”FOI CRIADA
UMA PETIÇÃO
PÚBLICA QUE APELA
À REFORMULAÇÃO
DAS FORMAÇÕES DOS
TREINADORES EM
PORTUGALDEGRAUS
Nos
primeiros
dois níveis,
os antigos
internacio-
nais A têm
vantagem e
são as
Associações
de cada
cidade a
decidir. No
3.º e 4.º é a
FPFTEMPO
Completar o
nível III exige
três anos, o
IV também.
Existem
aceleradores
de carreira,
mas o normal
é durar seis
anos estes
dois últimos
passos. Se
correrem
bem...EXPERIÊNCIA
Os anos
passados nas
divisões
distritais não
contam.
Compensa
ser
preparador
de uma
equipa em
divisões
principaisDADOS
REPORTAGEM
Gerardo Santos / Global ImagensTerça-feira, 11 agosto 2020
http://www.ojogo.pt
t twitter.com/ojogo^17