28 A BOLA
Sexta-feira
14 de agosto de 2020
CICLISMO jCAMPEONATOS NACIONAIS
Mais desporto
NATAÇÃO
«Não participar
foi uma deceção!»
«Sim, estou um bocadinho desiludida por
não poder competir. Estávamos há quase
três semanas em estágio no Algarve e
começava a sentir-me bem a nadar.
Quando soube ter tido novo teste positivo
[ao Covid-19] e que não podia participar
foi uma deceção», contou Rafaela
Azevedo, já em casa, horas depois de ter
recebido o resultado de um segundo teste
ao coronavírus feito na véspera. de novo
positivo, confirmando o resultado de
terça-feira, o que a afasta do Open de
Loulé, prova que arranca esta tarde (18 h),
com a presença das seleções de Portugal,
Espanha, Brasil, internacionais da Argélia e
Andorra, assim como atletas de clubes
lusos, num total de 78 inscritos.
Com os registos mais rápidos da start list
nos 50 e 100 metros costas, Rafaela, de 18
anos, era uma das esperanças para a
queda de recorde nacionais, neste caso já
ambos na posse da nadadora do Algés.
«Seria difícil de prever. Sobretudo tendo
em conta que estive tanto tempo parada,
não sei o que poderia esperar. Mas os
sprints que andava a fazer estavam a
correr-me bem. Por isso, nesta última
semana, começara a ficar mais motivada
para o Open», assume, desolada, também
por não saber quando voltará a haver
outra competição? «Sobretudo isso...».
Recorde-se que Rafaela Azevedo já tinha
tido Covid-19 no início de abril. Por isso a
surpresa de ter sido a única com resultado
positivo entre os 23 nadadores e oito
técnicos da Seleção Nacional testados, foi
ainda maior. Apesar da possibilidade de o
resultado positivo ser resultante de
resquícios de RNA viral nas fossas nasais
da nadadora, razão que levou a delegada
de saúde da região a aceitar segunda
análise. Até porque os primeiros testes,
sorológicos, feitos à Seleção dias depois
de ter chegado ao Algarve, tinham dado
negativo. Razão porque Rafaela ficou
deveras surpreendida com este positivo:
«Bastante! Achava que, de entre todos,
seria a que tinha menos probabilidade de
jSegundo teste de Covid-19 a
Rafaela tornou a dar positivo e
PUB deixou-a fora do Open de Loulé
OPEN DE LOULÉ
j Hoje j18 horas
1500 m livres (masculinos); 800 m livres (femi-
ninos); 50 m costas (masc./fem.); 200 m maripo-
sa (masc./fem.); 200 m livres (masc.); 100 m livres
(fem.); 200 m bruços (masc./fem.); 4x200 m livres
(masc./fem.)
ORDEM DE SAÍDA DE ELITES
j 15.10 h: Gonçalo Leaça (LAA); 15.30 h: Joaquim
Silva (MIR); 15.31 h: Emanuel Duarte (LAA); 15.32 h:
João Benta (RPB); 15.33 h: Ricardo Mestre (W52);
15.34 h: Joni Brandão (EFP); 15.35 h: José Fernan-
des (BBH); 15.36 h: Rafael Reis (CDF); 15.37 h: Rui Cos-
ta (UAD); 15.38 h: José Gonçalves (NDP)
LUÍS FILIPE NUNES/FPN
Azevedo ficou surpreendida por ter, de novo, teste positivo ao coronavírus. Já tivera em abril
ser positiva. Quando o José Machado
[selecionador nacional] me disse, nem
sabia como reagir», relata a nadadora do
Algés. E se, em abril, a doença a fez perder
o paladar e a sentir, fisicamente, que algo
não estava bem, embora sem nunca ter
febre, agora foi diferente. «Estou
assintomática. O que me explicaram é que
podem ainda ser resquícios dessa
primeira vez. Agora nem sequer o paladar
perdi. A desilusão é um pouco mais difícil
de suportar por isso mesmo. Estava a
treinar desde maio, uma semana após ter
tido um segundo teste negativo. Por tudo
o que aconteceu, procurei não criar
grandes expectativas. Mas a verdade é
que esta era uma oportunidade única
após de seis meses sem competições e
principalmente porque não se sabe
quando voltará a haver provas», concluiu.
EXPECTATIVAS EM DIANA E ANA
Nos três dias do Open disputar-se-á o
programa olímpico, mas incluindo os 50
metros bruços, costas e mariposa e
descartando as estafetas mistas.
A competição terá cada prova dividida em
duas séries: máximo de 16 nadadores,
agrupados por tempos em série rápida e
lenta. Portanto, sem eliminatórias de
manhã. Mesmo com a baixa de Rafaela
Azevedo, existe a esperança de que caiam
recordes nacionais e hoje é o dia em que a
expectativa é maior, através de Diana
Durães, nos 800 livres, e de Ana Monteiro,
nos 200 m mariposa. Nadadoras que
nunca pararam durante a pandemia.
Quanto ao espetáculo esperado face à
presença das seleções espanhola e
brasileira, a grande ausente, por
problemas físicos, é a catalã campeã
olímpica aos 200 m mariposa no Rio-16 e
quatro vezes medalhada nos Jogos, Mirea
Belmonte. De fora, à última hora, ficou
ainda o argelino Oussama Sahnoune,
com as marcas mais rápidas nos 50 e 100
m bruços, e que estaria em representação
do Benfica. MIGUEL CANDEIAS
DIA HORAS PROVA KM
Hoje 14.00 Paraciclismo 12,5
Hoje 14.30 h Sub 23 e Elites 18,1
DIA HORAS PROVA KM
Amanhã 14.30 Sub 23 137,4
Domingo 16 11.00 Elites 164,8
CAMPEONATOS
NACIONAIS 2020
jParedes jContrarrelógio
jEstrada
Ninguém pode com Primoz Roglic
jDemonstração de força do es-
loveno no Dauphiné Libéré; Nél-
son Oliveira é 64.º na geral
O primeiro grande teste em alta
montanha no Dauphiné Libéré, à 2.ª
etapa, confirmou o fabuloso mo-
mento de forma de Primoz Roglic,
enquanto a sua equipa (Jumbo-Vis-
ma) destroça a Ineos, a duas sema-
nas da Volta à França. Nova exibição
de luxo do esloveno na subida para
a meta no Col de Porte provou que,
depois da pandemia, está sem adver-
sários à altura: é campeão da Eslo-
vénia, ganhou 2 etapas e a geral do
Tour de L’Ain e ontem arrasou no
ultimo quilometro, deixando nas co-
vas os colombianos Quintana, An-
gel López, Martinez e Bernal, a mais
10s.
«É um grande resultado para a
equipa. Como sabíamos que a subi-
da era difícil começámos a contro-
lar desde o início e resultou muito
bem. Para já só ganhei a etapa, até
domingo ainda faltam muitos qui-
lómetros», disse Roglic, após correr
os 135 km de Vienne-Col de Porte em
3.39,40 h, liderando a geral.
Nelson Oliveira (MOV) trabalhou
até meio da ultima subida e gastou
Esloveno dominou na montanha francesa
D. R.
mais alguns minutos. «As sensações
são boas. Trabalho feito, entrei em
ritmo normal. A subida era dura mas
nada que não se pudesse fazer se fos-
se necessário estar mais à frente»,
disse a A BOLA o português da Mo-
vistar, 72.º na etapa, 64.º na geral.
Paredes de vidro
Provas de contrarrelógio abrem hoje Nacionais à medida de Rui Costa
dRestrições devido à pandemia condicionam público e corredores
E
M Paredes, onde hoje têm
início os Campeonatos Na-
cionais de contrarrelógio e
fundo, só falta vidro a sepa-
rar os 84 corredores (29 eli-
tes, 35 sub-23 e 20 no paraciclismo)
dos demais elementos do staff, or-
ganizadores, jornalistas e espectado-
res, tamanhas as cautelas e distân-
cias a que uns e outros estão
obrigados nos três dias de provas.
Isto porque a situação de pandemia
impõe medidas tanto a equipas e
corredores, como ao publico, o qual
deve acompanhar as provas prefe-
rencialmente pelas redes sociais, já
que as zonas de partidas e chegadas
lhe estão vedadas.
Corredores, staff de equipas e
organização estão, por seu lado,
obrigados a usar máscara, só po-
dendo ser tirada pelos atletas nos
aquecimentos, provas e pódio.
Contactos com jornalistas só serão
permitidos na área das equipas,
conferências de imprensa e zona
mista, devendo ainda ser evita-
dos cumprimentos pessoais, in-
clusive a familiares, amigos e
adeptos. Já as regras para a com-
petição impõem que, nas saídas
individuais do contrarrelógio, ape-
nas estejam comissario e corre-
dor... distanciados. Nas provas em
linha ninguém assina ponto, sen-
do a partida sempre simbólica para
permitir o aquecimento.
Competitivamente, Rui Costa
(UAD) é o grande candidato em eli-
tes. Hoje, no contrarrelógio, o cor-
redor da UAE-Team Emirates, ven-
cedor da prova de reabertura em
Anadia, terá em Rafael Reis (DF), Jo-
sé Gonçalves (NDP), José Fernan-
des (BBH) e Tiago Machado (EFP) os
grandes opositores no percurso de
Gandra ao Kartódromo de Baltar
(18,1 km), tendo a prova 29 corredo-
res inscritos.
De registar as ausências de Nel-
son Oliveira (MOV), João Almeida
(DQT) e Ruben Guerreiro (EF1), os
quais, devido à antecipação dos Na-
cionais em uma semana, e por esta-
rem ao serviço das respetivas equi-
pas, se viram impossibilitados de
alinhar. Nota final para as corridas
femininas, as quais, habitualmente
realizadas no mesmo dia, foram este
ano transferidas para setembro.
Por
FERNANDO EMÍLIO
UVP/FPC
Espectadores distanciados e sem lugar nas partidas e chegadas é o que se verá em Paredes