A Bola - 20200814

(PepeLegal) #1

A BOLA


Sexta-feira
14 de agosto de 2020


OPINIÃO 29


‘O meu coração é de uma só cor: azul e branco’


Porque o destino


O vencedor proclamado
e aclamado é o mesmo
que ‘a priori’ já estava
anunciado. Aqui não
houve nem haverá espaço
para surpresas. Nem
para milagres — sejam

desportivos ou financeiros


Já começou


a corrida


E

já começou a corrida das
contratações, perdão, dos
reforços, quero dizer, das
aquisições e suas comis-
sões. O vencedor procla-
mado e aclamado é o mesmo que
a priori já estava anunciado. Aqui
não houve nem haverá espaço para
surpresas. Nem para milagres —
sejam desportivos ou financeiros.
Ainda assim, talvez seja curial fa-
zer recordar que o destino não joga
à bola. E também, já agora, que o
livre-arbítrio está para o árbitro
livre como a obra prima do mes-
tre está para a prima do mestre de
obras.


A máscara


sem rosto


F

OI no seio da cultura ate-
niense que as máscaras fo-
ram usadas pela primeira
vez. Sucedeu no quadro
celebratório das festivida-
des Dionísicas, isto é, em honra
do Deus do vinho. Nessas festas
tornou-se costume adquirido be-
ber, cantar e dançar ostentando
máscaras, as mais das vezes con-
cebidas com folhas de parreira. E
isto era assim porque, precisamen-
te, se acreditava que, nessas es-
peciais ocasiões, Dionísio estaria
presente entre os mortais. Não se
sabe, porém, se eram estes que as-
piravam à imortalidade ou, ao in-


vés, se seria aquele a desejar a pre-
cariedade da vida. Já no teatro clás-
sico o uso das máscaras foi adop-
tado por uma dupla razão: i) por
um lado, para conferir aos actores
a aparência que lhes exigia o pa-
pel a representar; ii) por outro,
com o intuito particular de me-
lhor fazer ressoar (per sonare, ou
seja,«soar através de») as vozes
daqueles. Aliás, a máscara teatral
helénica caracterizava-se, tipica-
mente, por um estilo muito pecu-
liar, decorrente do efeito que se
pretendia espelhar em cena. Des-

te modo, para que todo o público
pudesse assimilar a verdadeira na-
tureza das diferentes personagens,
as máscaras ostentavam, além de
traços bem mais expressivos, vin-
cadamente acentuados, uma exa-
gerada desproporção de escala face
à real medida dos rostos dos acto-
res. Mas logo, muito rapidamente,
como se fossem dotadas de auto-
nomia, as máscaras converteram-
-se em instrumento sugestivo de
ilusão quase fantasmagórica. Aliás,
lembre-se, o vocábulo mascus, ou
masca, significava «fantasma».
Quer dizer, tais máscaras deixaram
de ser um mero adereço cenográ-
fico para se convolarem em efec-
tivo símbolo de carácter engano-
so. A palavra latina que designava
tal tipo de máscara era Persona,
que veio dar origem ao conceito
de Pessoa.

Por
PAULO TEIXEIRA PINTO

INSPIRAÇÃO DA JORNADA

Tem tento, quando te


der no posto o vento


ENTREVISTA RÁPIDA

— O que acha de toda esta
situação?
— O que eu acho? Desta si-
tuação? O que há por achar
quando um sujeito como você
se atreve a fazer uma pergun-
ta a um homem como eu?
d

não joga à bola


MIGUEL NUNES/ASF

«O livre-arbítrio está para o árbitro livre como a obra prima do mestre está para a prima do mestre de obras»

Nota — Paulo Teixeira Pinto opta por escrever as
suas crónicas na ortografia antiga

CROMOS


‘JOKER’
No teatro da vida presente é im-
portante ter noção de que só ha-
verá futuro se tiver havido passa-
do. Dito por outras palavras: o
homem não deixa de ser o que é e
quem é por usar uma máscara. O
perigo maior reside no território
onde é o próprio rosto a esconder
a verdadeira identidade.


LAPIDAR


É um orgulho enorme poder
representar um clube como o FC Porto.
Qualquer jogador sonha com isto.
Quero ajudar a ganhar mais títulos

Permita-me discordar do
Marega [disse em entrevista que ‘as t-
-shirts com slogans não vão mudar as
coisas em relação ao racismo]
JOÃO PAULO REBELO
Sec. Estado da Juventude e do Desporto

As coisas não estavam a
ir bem, tinha mulher e filhos e
tinha de levar o pão para casa
de outra forma sem ser pelo
futebol. Tinha decidido deixar
de jogar [em 2017] quando
apareceu o Real [de Massamá]

CARLOS
VINÍCIUS
Avançado
do Benfica

CARRAÇA
Reforço do FC Porto

Foi uma grande noite, mas muito
difícil, a Atalanta é uma grande equipa.
Tenho na minha cabeça que vamos
chegar à final. Agora falta um jogo

Pensámos que o jogo estava
resolvido, foi duro sofrer aqueles dois
golos, deixou-nos uma grande
amargura. A entrada de Mbappé e a
presença de Neymar foram decisivas
GIAN PIERO GASPERINI
Treinador da Atalanta

Estou feliz por realizar o
sonho de jogar na Europa, mas
triste por deixar o Grêmio.
Espero ser bem-sucedido.
Tenho a expectativa de vestir
a camisola, fazer uma grande
história e deixar marca

CEBOLINHA
Reforço
do Benfica

NEYMAR
Avançado do PSG

O PSG fez 50 anos e esta foi uma
bela prenda de anos. Fomos felizes,
mas foi uma vitória muito merecida.
Imaginem o que teria corrido se
estivesse bom... [está de muletas]
THOMAS TUCHEL
Treinador do PSG
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