Aero Magazine - Edição 315 (2020-08)

(Antfer) #1
20 |^ MAGAZINE^315

MINHA AERONAVE


POR | JONAS LOPEZ*, ESPECIAL PARA AERO MAGAZINE


É HORA DE


INVESTIR EM


UMA AERONAVE?


Como o novo cenário imposto pela pandemia


pode interferir na decisão de comprar


um avião ou helicóptero


D


ecidir-se pelo
investimento em
uma aeronave
envolve uma análise
detalhada de múl-
tiplos fatores, muitos dos quais já
abordamos aqui em AERO. Mas,
a cada mudança de cenário, novas
dúvidas surgem. Afinal, o negócio
envolve o desembolso de um valor
elevado para a aquisição de um
ativo de baixa liquidez. Ou seja, a
compra deve ser feita com base em
argumentos concretos e, ainda que
possa haver traços emocionais no
processo, a razão sempre prevalece
no final.
O atual momento se revela
desafiador, com incertezas no
horizonte. Transformações estão
em curso e é improvável que as
pessoas vivam e vejam o mun-
do como faziam no passado, o
que tem obrigado empresários
e executivos a repensar proces-
sos, estratégias e abordagens na
busca pela rentabilidade de seus
negócios. Sim, parecem continuar
sendo boas medidas neste novo
futuro estar próximo dos clientes
e fornecedores (ainda que com o
devido distanciamento) e também
usar melhor o tempo – não só
para aumentar sua produtividade,
como para aproveitar o que a vida
lhe possa oferecer. Por isso, voar
continua tendo um significado
relevante, talvez ainda mais que

antes. A questão é: o momento
é propício para investir em uma
aeronave?

DÓLAR
A moeda que dita a maioria das
transações na aviação é o dólar, o
que também acontece quando se
trata da aquisição de uma aero-
nave. Mesmo que haja exceções
e algumas aeronaves possam ser
encontradas no mercado preci-
ficadas em real, não conte com
isso. Desde maio de 2020, quando
atingiu sua maior cotação, a
moeda norte-americana vem so-
frendo diversas desvalorizações,
deixando claro que, a despeito
da cotação flutuante e dos picos,
existem limites que o mercado
parece respeitar. Além disso, o
Banco Central já demonstrou sua
disposição de intervir no câmbio
quando necessário, realizando
leilões de suas reservas interna-
cionais para neutralizar elevações
demasiadas da cotação. Embora
os movimentos de alta favore-
çam as exportações, o que é bom
principalmente para o agrone-
gócio, o setor de investimentos
nacional fica comprometido. Ou
seja, a atual situação cambial dá
certa segurança no curto prazo
ao comprador, com pouco risco
de que movimentos especulativos
ameacem o investimento em uma
aeronave.
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