MAGAZINE 315 | (^23)
re, a situação pode mudar, mas
não é o que se prevê. O que se vê
hoje no mercado é a flexibilização
de negócios, com maiores pos-
sibilidades do chamado trade in
(quando outra aeronave entra no
pagamento) e negociações mais
realistas, às vezes, com parcela-
mento direto.
MISSÃO
O propósito de uso de uma
aeronave tem de ser bem definido
e essa premissa ganha cada vez
mais peso na escolha. A aeronave,
sendo um capital imobilizado de
baixa liquidez e encarada como
uma das principais ferramentas
de produtividade, precisa ser em-
pregada de forma coerente com
os objetivos de seu operador.
Além de todo o lado racional,
a questão emocional da decisão
também pesa. Com os resultados
positivos iniciais de 2019 e as
previsões otimistas para 2020,
muitas empresas e pessoas físicas
já haviam se programado para um
upgrade no avião ou aquisição da
primeira aeronave para este ano. A
turbulência aparentemente forçou
alguns a optar por rotas alternati-
vas, mas sem pouso forçado.
SEGURANÇA SANITÁRIA
Além da malha aeroviária mais
restrita, há a questão da seguran-
ça sanitária. O transporte aéreo
regular oferece riscos maiores
de enfrentar aglomeração em
terminais de embarque lotados.
Havendo a possibilidade finan-
ceira, tende a ser substituído pela
operação privativa por parte de
muitos indivíduos e organizações,
justamente pela preocupação
com novos contágios, sobretudo
de pessoas em postos chave nas
corporações ou pertencentes a
grupos de risco.
É claro que a recessão econô-
mica já está estabelecida e muitas
empresas ainda buscam formas
de se recuperar. Mas o momento
pode ser estratégico para quem
sabe que precisará de mobilidade
assim que a crise arrefecer e dis-
põe dos recursos para isso.
- Jonas Lopez é piloto, administra-
dor de empresas e pós-graduado em
Marketing. Atua como diretor da
Global Aircraft no Brasil, empresa
sediada nos EUA e especializada
em comércio e gerenciamento de
aeronaves por todo o mundo.
Além do lado racional,
a questão emocional
também pesa nas
decisões de compra