Adega - Edição 178 (2020-08)

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50 ADEGA >> Edição^178


TENDÊNCIAS | por^ ARNALDO GRIZZO


Rosé

celebridade

Por que tantas celebridades estão
investindo na produção de vinhos rosados?

N


ão é de hoje que artistas, atletas e
todo tipo de gente famosa no mun-
do do entretenimento investe em
vinhos. Seja com sua própria mar-
ca ou nome, seja criando algo em
parceria com produtores já consagrados, enfim,
não importa como, o universo do vinho está re-
pleto de celebridades produzindo rótulos de tudo
quanto é estilo em todos os cantos do planeta, do
Napa Valley à Nova Zelândia, da Itália à Inglater-
ra. Mas, recentemente, viu-se um fenômeno inte-
ressante: muitos estão investindo em rosés.
Um dos rosés mais famosos certamente foi o lan-
çado em 2013 pelo ex-casal de atores Angelina Jolie
e Brad Pitt em parceria com a família Perrin, o Châ-
teau Miraval. Contudo, nos últimos tempos, houve
uma enxurrada de novos rótulos rosados vinculados
a nomes como Bon Jovi, Sarah Jessica Parker, Lisa
Vanderpump, Dave Matthews, John Malkovich, Ky-
lie Minogue, Sting, Drew Barrymore, Post Malone,
John Legend, Trudie Styler, Cameron Diaz etc., isso
sem falar da marca Dolce & Gabbana. Obviamente
que muitos desses artistas não estão investindo so-
mente em vinhos rosés, mas vários começaram suas
aventuras vitivinícolas lançando primeiro um vinho
desse estilo. Por quê?
Segundo dados da consultoria Nielsen, as ven-
das de rosés nos Estados Unidos cresceram 40%
entre 2018 a 2019. De acordo com um importante
site de vendas online do país, o crescimento dessa
categoria tem sido de 350% ano após ano. Há quem

aponte que esse é um dilema “Tostines”, ou seja,
os rosés têm vendido mais por estarem associados a
celebridades (além de serem vinhos descontraídos e
fáceis de apreciar, obviamente) ou as celebridades
estão investindo devido ao sucesso dos rosés.
Mas o fato de uma pessoa famosa estar dando
suporte a uma bebida já não parece ser um instru-
mento de venda tão importante quanto era décadas
atrás quando alguns produtos – mesmo de qualida-
de duvidosa – se esgotavam em prateleiras apenas
por serem endossados por algum ídolo. O fenôme-
no ainda existe, mas é mais efêmero, especialmente
se o produto não valer a pena e, por isso, celebri-
dades mais conscientes evitam vincular seu nome
a algo que não aprovem verdadeiramente (pois isso
pode arruinar sua credibilidade perante os fãs).
Dessa forma, cada vez mais os famosos estão se
interessando pela forma como o vinho é feito, sua
apresentação, seu sabor etc. E, com isso, muitos
estão vinculando seus nomes a outros também fa-
mosos, mas na indústria do vinho. Já citamos aqui
a parceria de Pitt e Jolie com os Perrin do mítico
Château de Beaucastel, e podemos dizer que os
vinhos de Bon Jovi são feitos com ajuda de Gérard
Bertrand, nome forte do sul da França, por exem-
plo. Continua valendo a máxima de que a primei-
ra garrafa quem vende é o marketing.

Os números
Atualmente, o consumo global de rosé é de cer-
ca de 25,6 milhões de hectolitros. Em 2002, esse
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