52 ADEGA >> Edição^178
John Legend,
Cameron
Diaz, Bon
Jovi e Post
Malone
são alguns
dos que
criaram rosés
ultimamente
número era de 18,3 milhões, ou seja, houve um
aumento de quase 40% nesse período. Os rosados
representam 11,2% do mercado de vinhos tran-
quilos no mundo hoje. Os dois principais países
consumidores são a França, que responde por
mais de 30%, e os Estados Unidos, com cerca de
20% das vendas. Ainda assim, o consumo de rosé
no mercado americano está abaixo de 2 litros por
ano per capita e estima-se que o mercado global
dessa categoria possa crescer potencialmente
para 30 milhões de hectolitros.
A principal região produtora de rosés do mun-
do, obviamente, é Provence, na França, onde 90%
das 170 milhões de garrafas produzidas em 2019
foram desse estilo. Como a demanda pelos rosados
deve permanecer dinâmica, o Instituto Nacional
de Origens e Qualidade da França (INAO) auto-
rizou a indústria vinícola de Provence a produzir
mais, aumentando o rendimento das denomina-
ções de origens locais de 55 para 60 hl por hectare
e autorizando o plantio de 300 hectares extras de
videiras por ano em toda a região. Cerca de 750
hectares devem ser cobertos até 2021, represen-
tando um aumento na área de 2,75%.
Rosé Premium?
Devido às celebridades e à demanda por rosés da
Provence, tem-se visto um fenômeno de desen-
volvimento de marcas premium e de luxo, com
rótulos acima de 100 dólares a garrafa, algo até
então impensável para a categoria. Com isso,
produtores famosos decidiram investir alto tam-
bém em rosés. No ano passado, o grupo Louis
Vuitton Moet Hennessy (LVMH), por exemplo,
comprou (por cerca de 30 milhões de euros) o
Château du Galoupet e também se tornou o
acionista majoritário do Château d’Esclans, o
maior vendedor de rosé da Provence nos Estados
Unidos e produtor do Garrus, considerado o ró-
tulo rosé mais caro do mundo. O grupo Chanel
- da família Wertheimer – não ficou para trás e,
também no ano passado, adquiriu o Domaine de
l’Ile, na ilha de Porquerolles, em Provence.
As linhas de rosés recentemente lançadas por
celebridades, apesar de não irem tão alto em va-
lores, também miram um público que não é o de
vinhos correntes. O rosé Maison No. 9 do rapper
Post Malone, por exemplo, parte dos US$ 21,99, o
que, para os padrões americanos, já é considerado
premium – e ainda assim vendeu 50 mil garrafas
em um único dia. Aliás, esse valor de cerca de US$
20 por garrafa parece ser um target dos rosés de ce-
lebridades, como os recém lançados por Cameron
Diaz de sua linha vegana Avaline, os Invivo X de
sua colega atriz Sarah Jessica Parker, o Hampton
Water Rosé do roqueiro Bon Jovi, o Les Quelles de
la Coste Rosé do consagrado ator John Malkovich
(que transformou seu refúgio na Provence em vi-
nícola), o rosé LVE do cantor John Legend, entre
outros. O ex-casal Pitt-Jolie, por sua vez, criou até
uma pequena linha de três rosados, cada um com
um estilo e faixa de preço.
Enfim, o vinho rosé, quase sempre subestima-
do, vive um fenômeno de crescimento alavancado
por celebridades. Além do potencial de vendas
ainda pouco explorado, o que os famosos estão
vendo nesses vinhos? Eles geralmente são fáceis
de desfrutar e sua imagem está ligada à momen-
tos de descontração em locais de luxo como nas
badaladas praias de Côte d’Azur, na Provence.
Certamente essa metáfora de glamour diz muito
sobre esses investimentos. Futuramente veremos
um rosé de alto luxo? Tudo é possível.