Adega - Edição 178 (2020-08)

(Antfer) #1
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CURIOSIDADES | por^ ARNALDO GRIZZO


Néctar


cipriota


A história do templário
Commandaria, o vinho mais
antigo do mundo

“Li rois les bons vins corona
Et a chascun son non dona:
Vin de Cypre fist apostoile
Qui resplendist comme une estoile”

O


s versos acima, em tradução livre
seriam algo como: “O rei coroa
os bons vinhos, a cada um dá um
título: o vinho de Chipre torna
papa, que resplende como uma
estrela”. Esse seria o ápice de um poema escrito
por um clérigo francês chamado Henri d’Andeli,
que viveu no século XIII. Na “Batalha dos vi-
nhos”, como o poema ficou conhecido, o autor
supostamente conta uma história ocorrida na
corte de Felipe II, quando o rei da França pede
a mensageiros que tragam amostras de vinhos de
todo o mundo para que sejam eleitos os melho-
res. Após diversas provas (feitas por um padre que
chega a excomungar as piores bebidas), o mais
aclamado é um vinho da ilha de Chipre, no Me-
diterrâneo. Mas que vinho seria esse?
O vencedor da contenda seria o Nama, ou,
finalmente, Commandaria como ficaria conhe-
cido um dos vinhos mais antigos do mundo ainda
hoje produzidos. Ilha estratégica no Mediterrâ-
neo, Chipre sempre foi disputada e serviu como
entreposto comercial. Desde a antiguidade, seus
vinhos doces foram celebrados, sendo citados por
Plínio, Homero, Sêneca etc. Até a Idade Média,
esses vinhos eram conhecidos por Nama (ou
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