Adega - Edição 178 (2020-08)

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74 ADEGA >> Edição^178


GR ANDS CHÂTEAUX | por^ ARNALDO GRIZZO


A Borgonha


branca


A história do Domaine Coche-
Dury, grande nome dos
Chardonnay borgonheses

S


ão apenas quatro gerações, mas o
nome é reverenciado por conhecedo-
res ao redor do planeta. O Domaine
Coche-Dury nasceu após a I Guerra
Mundial, quando o avô de Jean-Fran-
çois Coche, comprou seis parcelas de vinhas na
Borgonha, boa parte em Meursault, santuário
da Chardonnay. No início, ele contratava outros
vinhateiros para produzir seus vinhos, mas logo
passou engarrafar por si próprio. Seu filho, Geor-
ges, acrescentou mais 16 parcelas ao Domaine,
que alcançou 10 preciosos hectares. Em 1972,
Jean-François assumiu o lugar do pai, três anos
depois ele casou com Odile Dury, e foi então que
a família se tornou sinônimo do que de melhor é
produzido em vinhos brancos na Borgonha.
Jean-François, hoje aposentado (deu lugar ao fi-
lho, Raphael na gestão da vinícola), sempre foi um
estudioso. Ele também comprou parcelas de vinhe-
dos no sistema de metayage – em que o proprietário
e o agricultor dividem a colheita em uma propor-
ção acordada, geralmente metade, e, às vezes, o
aluguel é pago em vinho, às vezes, em uvas. Isso lhe
permitiu expandir a produção aproveitando o fato
de muitas propriedades pequenas na Borgonha às
vezes não serem comercialmente viáveis.
Além de grandes vinhos de Meursault (seus Pre-
mières Crus Les Genevrièves e Les Perrières estão
entre os mais aclamados), Jean-François produz um
Corton-Charlemagne de excelente estrutura, que
costuma atingir preços altíssimos, estando sempre
entre os brancos mais caros do mundo. Ele afirma
que todos os seus brancos devem ser envelhecidos,
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