VOX 10ª EDIÇÃO

(VOX) #1
poucos subiram na carreira do ma-
gistério, se tornaram professores e
logo meu pai virou diretor. Quando
iniciei o então curso primário nós já
morávamos na cidade”, relembra.
Ele morou em Adamantina até
os 11 anos de idade, onde completou
a primeira fase de estudos. “Lem-
bro da rua em que a gente vivia, de
terra, com muita pedra. Eu vivia
com os pés arrebentados porque o
jogo de futebol no terrão sempre le-
vava a machucá-los. Naquela época
meu pai comprou seu primeiro carro, um fusca”.
Tramontina recorda ainda a época em que
as plantações de café dominavam os campos de
Adamantina, sua principal vocação econômica.
“As enormes plantações pareciam não ter fim.
Também me lembro muito da Igreja Matriz da
cidade, imponente, lá no alto”, diz.
Nesta época, onde sua única preocupação era
com os estudos, não imaginaria que se tornaria
um dos principais jornalistas do país. “Os jovens
ouviam que as melhores profissões eram as de
dentista, médico, advogado, engenheiro ou pro-
fessor. Cresci pensando nisso, mas o destino me
levou para o jornalismo. A mudança aconteceu
na adolescência e estou mergulhado nas notícias
até hoje”.
Em 1967, o jovem Carlos mudou-se para Ibi-
tinga (SP) juntamente com os pais, que queriam
ficar mais perto de seus parentes em Sertãozinho
(família de sua mãe) e Pirassununga (de seu pai).
“Depois que deixei Adamantina poucas vezes

voltei à cidade. Numa das ocasiões
em que retornei, fui homenageado e
assisti o desfile cívico-escolar no dia
do aniversário de Adamantina. Foi
muito lindo”, recorda.
Tramontina terminou o curso
ginasial, em Ibitinga, e o colegial em
Sertãozinho. Aos 17 anos, entrou
para a faculdade de Jornalismo, na
Fundação Armando Álvares Pentea-
do, em São Paulo. “Quando eu mora-
va em Adamantina não pensava em
ser jornalista. É claro que naquela
época eu já demonstrava algum
interesse e facilidade para falar, de-
clamar e até cantar em público. Mas
jamais poderia imaginar que um dia
eu estaria profissionalmente numa
das maiores redes de televisão do
mundo. Meu interesse pelo jornalis-
mo só apareceu mais tarde, quando
fazia o curso colegial e, aí sim, tinha
interesse pelo assunto, lia muito, e
começava a perceber que a imprensa
faria parte da minha vida de alguma
forma”, comenta à VOX.
O adamantinense, sempre muito
reservado em relação à sua vida pes-
soal, é casado com Rosana Tramonti-
na, com quem tem dois filhos, Nathália e Caio, e
vive em São Paulo. “Lembro sempre das minhas
origens do interior. Me orgulho disso. Aliás, nós,
caipiras, somos os responsáveis pelo crescimen-
to e desenvolvimento de grandes centros, como a
capital paulista”, pontua.

VIDA PROFISSIONAL
A vida profissional de Tramontina teve
início na Rede Globo como estagiário recém
formado. “Construí toda a minha carreira aqui
na empresa. Durante muitos anos fui repórter
de assuntos de cidade, depois passei para a área
de meio ambiente, política. Depois me tornei
apresentador”.
O jornalista já apresentou, em diferentes
épocas ou em plantões de fim de semana, o
Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional e
Jornal da Globo. “Em São Paulo, fui editor-chefe
e apresentador do Bom Dia São Paulo e SPTV

Carlos Tramontina no
1º Grupo Escolar em 1965


18 REVISTAVOX.COM | JULHO 2018

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