VOX 10ª EDIÇÃO

(VOX) #1

40 REVISTAVOX.COM | JULHO 2018


fundou a Cazola. “Nessa épo-
ca havia uma concentração de
valores muito grande, o café
deu repiques de preços e apenas
três ou quatro pessoas da cidade
acumularam fortunas. Os pro-
dutores não aproveitaram desse
bom momento, porque já haviam
vendido seus produtos aos in-
termediários. Então, entendi que
uma cooperativa poderia distri-

diretamente no mercado. A ideia
inicial foi tirar os intermediários
para evitar o que houve em 1964.
Assim, a renda ficava melhor
distribuída entre os produtores e
não concentrada com os compra-
dores”, recorda.
O espírito empreendedor e de
liderança fez também com que
Brambilla mobilizasse os produ-
tores agrícolas e fundasse o Sin-
dicato Rural de Lucélia.
Anos depois, fundou o
Sindicato Rural de Ada-
mantina. “Os Sindicatos
Rurais, tanto de Lucélia
como de Adamantina,
foram formas de unir
um pouco mais a classe,
formar lideranças de
defesas aos produtores
rurais. Fui na época
bastante influenciado
pelo presidente da Fede-
ração da Agricultura de
São Paulo para fundar
os sindicatos que até
hoje estão em plena
atividade”.
Entre os anos de 1968
a 1972, uma nova experi-
ência: Brambilla assu-
miu o cargo de vereador
com apenas 28 anos.
“Tinha na época uma
proposta da Camda feita
pelo então presidente
Mario Matsuda para
gerenciar a empresa.
Não aceitei, pois era gerente
da Cazola. Porém, em 1972, fui
pressionado para ser candidato
a prefeito de Lucélia. Não quis
mais participar da política, pois
foi uma experiência decepcionan-
te. Aceitei a proposta de vir para
Adamantina e assumir o cargo
de gerente da Cooperativa. Atuei
na Camda por 17 anos, primeiro
como gerente e depois como di-
retor administrativo. Ao deixar a
empresa fiz parte da diretoria da
Associação Comercial e Indus-
trial de Adamantina e fundei o
Sindicato do Comércio Varejista,
do qual fui presidente por vários
anos. Foi nessa época que fui

“É um castigo muito


grande olhar para trás e


nada ver. Você precisa


olhar e ver algo realizado,


não para si, mas


socialmente, para o


próximo.”


buir melhor a renda. Foi quando
fundamos a Cazola, em Lucélia,
e passamos a receber o café dos
cooperados e fazer o beneficia-
mento para colocar o produto

diretor da Camda (Cooperativa
Agrícola Mista de Adamantina) e
da ACIA (Associação Comercial
e Industrial de Adamantina),
fundou o Sindicato Rural, o
Sindicato do Comércio Varejista
e foi um dos sócios fundadores
da Adalcool - destilaria de álcool.
Além de ser vice-presidente da
Cocipa, em Inúbia Paulista, onde
atua até hoje.

DE ITÁPOLIS À
ADAMANTINA
Natural de Itápolis
(SP), ele começou a tra-
balhar aos 11 anos em
uma empresa atacadista
de secos e molhados,
sem deixar de estudar.
Assim foi sua juventude
até os 18 anos, quando
veio morar em Lucélia
para alistar-se no Tiro
de Guerra. Órfão de
pai desde os três anos
de idade, Brambilla
mudou-se com os três
irmãos e sua mãe, Dona
Lola, para perto dos
familiares dela, em
Lucélia.
Logo, o jovem con-
seguiria o seu primei-
ro emprego em uma
empresa que comprava
café - sua paixão. “Sem-
pre gostei da lavoura de
café”, pontua.
Aos 23 anos casou-se com
Madalena Ferruzzi, tornando-se
pai de seus três filhos: Rinaldo,
Ricardo e Renato. Ficou viúvo
aos 29 anos. E, em dezembro de
1972, casou-se com a professora
Marli Zaparoli, vindo a ser pai de
Melissa.
Ainda, na década de 70, ad-
quiriu sua primeira propriedade
rural, que aliado ao trabalho in-
cansável do casal e a valorização
do café, possibilitou o crescimen-
to de seu patrimônio.
Nesse período de expansão
do produto, Brambilla perce-
beu que a renda se concentrava
com poucas pessoas, foi quando
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