VOX 10ª EDIÇÃO

(VOX) #1

nunca disse a seguinte frase
encarando o guarda-roupas:
"Eu não tenho roupa".
Pois é, a empresária
também não poderia
levantar a mão. Foi assim,
ao notar o comportamento
de consumo das amigas e o
dela própria que observou a
necessidade do mercado.
“Sempre que eu e
minhas amigas quería-
mos uma roupa diferente
íamos para alguma cidade
como Prudente, Marília ou
Maringá. Não conseguia
encontrar com frequência
aqui no interior peças que
expressassem a minha per-
sonalidade. Então quando
começamos a idealizar como
seriam as peças da Clariá sabia que
queria algo com estilo, com informação
de moda, tendências que normalmente
chegam primeiro em cidades maiores.
Queria que essas tendências também
estivessem presentes no interior”.
Mas de onde surgiu o interesse
da jovem em ter o próprio negócio?
Fizemos essa pergunta a Maria Clara
esperando a resposta convencional,
de que o interesse havia brotado no
momento da escolha da faculdade, mas
a resposta veio enfática.
“De um sonho que tenho desde
a infância”. A Clariá segundo ela é a
concretização de um desejo que tinha
desde criança: ter uma marca. A em-
presária explica que sempre desejou
ter o próprio negócio e que não tinha
dúvidas de que esse seria seu trabalho.
“A ideia de ter uma marca sempre
existiu na minha vida, até na infância
eu brincava de ter uma loja. Conforme
crescia fui entendendo o caminho
que deveria seguir para alcançar meu
objetivo, mas sempre soube que teria
uma marca”.
Ter o próprio negócio é um dese-
jo comum entre os jovens, uma vez
que esta é uma prática onde podem
encontrar o caminho para uma vida
profissional mais satisfatória, e por ser
uma alternativa para que trabalhem
com o que gostam.
Vale ressaltar que no ano de 2017,
de acordo com o programa de pesquisa


global GEM, a taxa total de empreen-
dedorismo no Brasil foi de 36,4%. Isso
significa que de cada 100 brasileiros
adultos, 36 conduzem alguma ativi-
dade empreendedora, quer seja no
aperfeiçoamento ou criação de um
novo negócio. O tema empreender é
assunto presente na família de Maria
Clara, segundo ela, seus pais José
Romão Silva e Lucilene Paloni que
trabalham no ramo de confecção e
comércio há mais de 30 anos, sempre
estimularam os filhos a trabalhar com
o que sonhavam.
“Tivemos uma educação empre-
endedora, observava os meus pais
trabalhando duro, algo que admiro, e
percebia que o trabalho dava resulta-
dos. Eles ensinaram a mim e aos meus
irmãos a lutar pelos nossos sonhos.
Em casa o trabalho faz parte das nos-
sas conversas de todos os dias e sem
dúvidas o crescimento profissional é
um assunto entre nós”.
A escolha da faculdade de acor-
do com Maria foi um passo muito
importante para concretizar o desejo
de ter uma empresa. Quando chegou
o momento de optar por um curso ela
diz que teve certo receio, pois não sabia
se a ideia de cursar moda e morar fora
de Adamantina seria bem aceita pela
família.
“Eu até cogitei estudar publicidade
em Adamantina e depois me especiali-
zar para ter minha marca, mas quando

contei para minha família
que minha intensão era fa-
zer uma faculdade de moda
eles logo apoiaram”.
Foi quando cursava o
segundo ano da faculdade,
em 2015, que a ideia de ter a
própria empresa começou
a ganhar vida. “Meu pai foi
quem tomou a iniciativa, ele
me chamou para conversar
e disse que já era a hora de
estudar algumas ideias para
abrir as lojas. Neste mo-
mento eu estava no segundo
ano do curso de moda e
vivendo em Maringá. A
princípio levei um susto,
porque tinha que pensar em
toda a logística e no fato de
estar longe de Adamantina,
onde resolvemos abrir a primeira loja,
mas topei o desafio e comecei com as
pesquisas ”, conta.
A primeira Clariá foi inaugurada
em Adamantina, em agosto de 2016,
após um ano de planejamentos,
estudos, buscas por fornecedores,
mão de obra qualificada e por fim a
produção da primeira coleção. “Foi um
ano intenso, de muito trabalho, mas
analisando tudo conseguimos tirar a
ideia do papel bem rápido. Em 2015 co-
meçamos a planejar, e logo em agosto
de 2016 abrimos a primeira loja”.
Para a jovem o segredo do sucesso
está no bom planejamento. “Tem que
colocar tudo no papel, fazer contas, es-
tipular prazos. E, além disso, é preciso
definir um público porque se você co-
meça a fazer algo sem saber para quem
está fazendo, o seu produto não vai
alcançar ninguém. Tem que ter foco e o
planejamento é tudo”, conclui.
A empresa atualmente gera mais
de 40 empregos, distribuídos entre
costureiras, vendedores, modelista,
estilista, gerentes, enfim, toda a equipe
necessária para tocar um negócio deste
porte.
A rede têm quatro lojas em funcio-
namento nas cidades de Adamantina,
Dracena, Araçatuba e Tupã. “Este
ano vamos inaugurar a quinta loja”,
assegura Maria, sem contar qual será a
próxima cidade a receber uma unida-
de Clariá.

“A ideia de ter uma marca sempre existiu


na minha vida, até na infância eu brincava


de ter uma loja”.


JULHO 2018 | REVISTAVOX.COM 67

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