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22 de agosto de 2020
MAIS UMA! O Sevilha de Gudelj, Fernando e Óliver Torres conquistou a taça em Colónia
çUma vistosa bicicleta de Die-
go Carlos, que bateu no infeliz
Lukaku, deu a sexta Liga Europa
ao Sevilha em seis finais na me-
morável noite de Colónia. A UE-
FA atribuiu o golo ao brasileiro,
mas não fosse o desvio do belga e a
bola não entraria na baliza de
Handanovic. Um desfecho épico
para um jogo que começou de
maneira bem diferente para os
dois protagonistas.
Julen Lopetegui não escondeu
as lágrimas no final da partida, ao
comemorar a sua primeira grande
conquista da carreira como técni-
co de uma equipa sénior. A final
honrou a história dos sevilhanos
mas até começou mal, quando
logo ao quinto minuto Lukaku
abriu a contagem de penálti, de-
pois de ser agarrado por Diego
Carlos na grande área. Fiel ao seu
estilo, o Inter de Antonio Conte foi
sempre uma equipa objetiva, pro-
curando defender de forma coesa
e lançar rapidamente os seus
dois avançados. A reação do Se-
vilha, com um futebol mais ela-
borado e assente nos princípios a
que Lopetegui nos habituou, foi
notável e Luuk de Jong deu a
volta ao texto com dois golos de
cabeça. Primeiro após assistên-
cia do ‘eterno’ Navas e depois na
sequência de livre de Banega, na
sua despedida do clube. Antes
do intervalo, os italianos volta-
ram a marcar noutra bola para-
da de Diego Godín, deixando
tudo em aberto.
Depois de 45 minutos eletri-
zantes, a segunda parte foi jo-
gada compreensivelmente
num ritmo mais baixo, embora
com empenho total de parte a
parte na busca da taça. E aqui os
pormenores fizeram a diferen-
ça, com os protagonistas
Lukaku e Diego Carlos a inver-
terem os papéis, um transfor-
mado em ‘vilão’ e outro em
‘herói’. O belga falhou isolado
perante o gigante Bounou (65’)
e, dez minutos depois, não
conseguiu evitar a tal bicicleta
de Diego Carlos, que decidiu o
jogo.
Conte ainda procurou lançar as
armas de qualidade que tinha no
banco, fazendo entrar de uma
vez Eriksen, Alexis Sánchez e
Moses, mas os andaluzes mostra-
ram a sua resiliência e até expe-
riência nestas finais, segurando o
ouro. Koundé salvou sobre a li-
nha (82’) após desvio de Alexis e,
já nos descontos, foi novamente
Bounou a salvar a sua equipa, ne-
gando o 3-3 a Candreva.
Dez anos depois de Mourinho
conquistar a Champions, os ne-
razurri valorizaram a final mas
acabaram traídos pela sua gran-
de figura: Lukaku igualou os 34
golos de Ronaldo Fenómeno na
sua primeira época no Inter, em
1997/98, mas a taça voltou para
a Andaluzia. *
CRÓNICA DE
GONÇALO VASCONCELOS
Julen Lopetegui leva
espanhóis à 6.ª vitória em
seis finais na Liga Europa
em noite memorável
DE BICICLETA PARA
O PLENO SEVILHANO
DIEGO CARLOS DECISIVO
OS MESMOS PROTAGONISTAS
DO PRIMEIRO GOLO DO INTER
INVERTERAM OS PAPÉIS NO
LANCE QUE REDUNDOU NO 3-2
çO técnico do Sevilha mos-
trou-se felicíssimo pela con-
quista e a perseverança dos
seus pupilos. “Estou muito
agradado pelo trabalho e pelo
que transmitem. O nosso hino
diz que esta equipa nunca se
rende e está certo. Estamos
muito felizes”, salientou. O
ex-FC Porto considerou o
triunfo justo, mas focou-se
sempre no
trabalho rea-
lizado pelo coletivo. “Ser resi-
liente é ser capaz de superar as
dificuldades. Penso que mere-
cemos vencer a partida”, rei-
terou. E não esqueceu os fale-
cidos José Antonio Reyes e
Antonio Puerta: “Esta é pelo
Reyes, pelo Puerta, por todos
os que nos apoiam.” * B.L.
“Nunca nos rendemos”
JULEN LOPETEGUI
HANDANOVIC (C)
GODÍN 90’
DE VRIJ
BASTONI
D ́AMBROSIO 78’
BARELLA
BROZOVIC
GAGLIARDINI 78’
YOUNG
LUKAKU
LAUTARO 78’
ERIKSEN 78’
ALEXIS SÁNCHEZ 78’
MOSES 78’
CANDREVA 90’
SEVILHA INTER
3 2
Rhein Energie Stadion, em Colónia
ÁRBITRO: Danny Makkelie (Holanda)
AO INTERVALO: 2-2. MARCADORES: 0-1
Lukaku (5’, penálti), 1-1 De Jong (12’), 2-1
De Jong (33’), 2-2 Godín (36’) e 3-2 Diego
Carlos (74’)
DISCIPLINA: A Diego Carlos (4’), Antonio
Conte (18’, no banco), Barella (41’), Banega
(45’), Bastoni (55’) e Gagliardini (73’)
BOUNOU
JESÚS NAVAS (C)
KOUNDÉ
DIEGO CARLOS 86’
REGUILÓN
FERNANDO
JORDÁN
EVER BANEGA
OCAMPOS 71’
DE JONG 85’
SUSO 78’
MUNIR 71’
VÁZQUEZ 78’
EN-NESYRI 85’
GUDELJ 86’
J. LopeteguiTTAntonio Conte
Aposta de Lopetegui
para o ataque, o holandês
DE JONG foi fundamen-
tal. Tecnicamente bri-
lhante na execução de cabeça.
HOMEM DO JOGO
Outro holandês, DANNY
MAKKELIE, nem sempre
mostrou o mesmo crité-
rio em matéria discipli-
nar, mas acabou por segurar o jogo.
ARBITRAGEM
SEVILHA INTER
REUTERS