O Jogo - 20200823

MÓNICA SANTOS
bbb O internacional colom-
biano Guillermo Celis, 27
anos, é hoje esperado em Iba-
gué para ser submetido a exa-
mes médicos e oficializar a
transferência para o Tolima,
que marca o regresso ao cam-
peonato do país de origem.
Apesar de ter ainda um ano de
contrato com o Vitória de Gui-
marães, era certo que o médio-
defensivo não estava incluído
nos planos da SAD para o plan-
tel que já trabalha com Tiago
Mendes e a permanência no
continente americano cedo se
desenhou como provável.
Guillermo Celis teve um iní-
cio de carreira muito promis-
sor. Destacou-se ao serviço do
Junior Barranquilla, que aban-
donou em 2016, quando assi-

nou contrato com o Benfica –

no mesmo ano em que repre-

sentou a Colômbia na Copa

América. Nessa primeira épo-

ca, fez apenas sete jogos com a

equipa da Luz e foi cedido ao

Vitória de Guimarães. Na tem-

porada seguinte, voltou ao D.

Afonso Henriques, mas a títu-

lo definitivo, embora apenas

em termos contratuais: foi

emprestado ao Colón, da Ar-

gentina, onde permaneceu

até ao final de 2019/20. A per-

manência no clube argentino

foi marcada por lesões, a últi-

ma delas grave: em outubro do

ano passado, uma rotura dos

ligamentos do joelho esquer-

do obrigou-o a uma recupera-

ção penosa, etapa entretanto

superada. Apesar de a equipa

técnica do Colón lhe ter pro-

posto continuar no plantel,

esse não foi o entendimento

dos dirigentes e Guillermo

Celis e a incerteza relativa-

mente à continuidade abriu a

porta a vários acenos de clubes

colombianos. O médio esteve

em conversações com o Me-

dellín, mas não houve acordo.

Com o Tolima, porém, tudo

está encaminhado para a cele-

bração de contrato e foi o pró-

prio clube quem anunciou

para hoje a realização dos tes-

tes médicos médicos, antes de

Celis se juntar ao plantel. Por

esclarecer permanecem as

condições do Vitória de Gui-

marães nesta transferência.

Na imprensa colombiana cir-

culavam indicações de que os

vimaranenses manteriam

parte do passe do jogador, que

está em fim de contrato.

Aos 27 anos, o médio
Guillermo Celis está muito
perto de se vincular ao
Tolima e assim regressar ao
campeonato colombiano,
depois de uma experiência
dura na Argentina,
marcada por uma lesão

O plantel do Vitória de Guimarães mudou-se, ontem,

para uma unidade hoteleira local, em Mesão Frio, onde

permanecerá em estágio, nos próximos dias, com os

treinos repartidos entre as instalações da Unidade e as

da que, por agora, será a casa da equipa de Tiago Mendes.

Foi no hotel que, ontem à tarde, teve lugar o treino, uma

espécie de adaptação, no pontapé de saída da concentra-

ção que visa fortalecer laços e rotinas do coletivo.

No calendário da pré-época, o primeiro jogo será com os

bês, a 4 de setembro (18 horas), em Quiaios.

Arrancou o primeiro estágio

2

Celis foi contratado pelo

Benfica, em 2016, e cedido

ao Vitória de Guimarães.

Está no último de contrato

com a SAD vimaranense

PORTUGAL

I LIGA

GUILLERMO CELIS

ESPERADO NO TOLIMA

V. GUIMARÃES Internacional colombiano já tem acordo

para voltar ao país de origem, que trocou pelo Benfica

FUTEBOLFUTEBOL

1

Se selecionarmos os

destaques individuais

da época que agora se

finou, estes nomes vêm

à ideia: Tapsoba, Pêpê e

Marcus Edwards. Três

nomes e três tipos bem

diferentes de evolução e

afirmação de um atleta na sua

equipa.

Tapsoba teve de fazer um

ano de estágio na equipa B.

Vistas as coisas a esta

confortável distância,

perguntamos: foi um ano

ganho ou perdido? Apesar do

enorme talento do burqui-

nense, a verdade é que talvez

aquele ano de aprendizagem

lhe tenha dado jeito. Assim,

quando atingiu o patamar

mais exigente, apareceu a um

nível altíssimo (e o resto é

história).

Pêpê é outra música. Todos

lhe reconheciam qualidade,

mas faltava ali alguma

consistência. A afirmação foi

paulatina, mas acaba por ser

um caso de igual sucesso, ao

qual também não foi alheio o

reposicionamento no campo.

Edwards, ao contrário, foi

um caso de “pegar de estaca”.

Começou a entrar na equipa e

já não saiu mais, tamanha a

qualidade que foi exibindo a

um nível sempre crescente.

Em suma, há muitas

maneiras de matar pulgas e

cada jogador tem os seus

próprios ritmos de cresci-

mento.

2

Curiosamente, este

trio corresponde a três

tipos diferentes de

scouting. No caso de

Tapsoba, o grande

mérito do Vitória foi

chegar primeiro. Foi a rapidez

de identificar ali o talento e

não perder um segundo a

garanti-lo. E isto quando o

jogador jogava nas barbas de

todos os emblemas nacionais,

é bom lembrar. Às vezes,

temos um diamante à porta

de casa e não reparamos nele

ou fazemo-lo demasiado

tarde. Não foi aqui o caso,

felizmente.

Pêpê, por seu turno, é o

exemplo típico de que os três

estarolas do nosso campeona-

to bem tentam açambarcar

tudo, mas acabam sempre por

deixar cair aqui e ali talento

que não valorizam correta-

mente. A concorrência ao

nível das camadas jovens é tão

desequilibrada e desleal que

muitas vezes não resta aos

demais senão estar atentos a

verdadeiras sobras de luxo

que os ditos deixam escapar

pelo caminho.

Edwards, esse, corresponde

a uma novidade que o Vitória

soube explorar com inteli-

gência: elevar a fasquia na

procura do que os maiores

não aproveitam, indo buscá-

los ao topo da pirâmide. E

assim, tivemos o mérito de

pescar uma truta de luxo

onde antes não costumáva-

mos sequer atirar o anzol.

3

Mas se três foi a conta

que Deus fez,

terminamos com um

olhar para as três

lacunas que ainda

conseguimos

identificar no plantel que

agora entra em estágio. Um

sector defensivo demasiado

jovem onde, guarda-redes

incluídos, o veterano é Bruno

Varela com uns imberbes 25

anos! Todos os demais são

mais novos, o que, num setor

tão sensível, nos faz engolir

em seco. Um meio-campo

demasiado abundante e que

com toda a probabilidade

ainda verá uns cortes pelo

caminho.

E finalmente um ataque,

sobretudo ao nível dos

matadores, demasiado curto,

e que provavelmente ainda

precisará de mais material.

Mas tudo a seu tempo. Haja

calma e confiança.

As várias maneiras

de matar pulgas

O veterano é

Bruno Varela (...)

Os outros são

mais novos o que,

num sector tão

sensível,

nos faz engolir

em seco

José João

Torrinha

Pontapé

para a clínica

Domingo, 23 agosto 2020

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