A Bola - 20200823

(PepeLegal) #1

A BOLA


Domingo
23 de agosto de 2020


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Dire(i)to ao Desporto


Incumprimento
das regras implica
a realização de jogos
à porta fechada

Envie as suas questões para
[email protected]

Por
MARTA VIEIRA DA CRUZ

que, nesta edição da Liga dos Cam-
peões, jogou, se não erro, tão só três
jogos e marcou um golo! A final
desta noite, num Estádio sem pú-
blico e numa Lisboa quase deser-
ta, será um confronto entre dois
treinadores alemães, entre dois mo-
delos e sistemas de jogo, entre gran-
des senhores do futebol mundial,
entre titulares de diferentes seleções
nacionais e combinando entre in-
discutíveis certezas do futebol e evi-
dentes talentos deste futebol indús-
tria, que resiste em tempos de
pandemia. Mbappé e Lewan-
dowski, Di María e Manuel Neuer,
Davies e Thiago Silva são nomes de
uma final singular e que pode con-
firmar, em definitivo, Neymar
como um extraterrestre! Mas, e para
além do jogo, importa uma palavra
de reconhecimento à nossa Fede-
ração, e à sua competente estrutu-
ra diretiva, pela ousadia da respon-
sabilidade organizativa e pelo
empenho evidenciados e, a par das
autoridades públicas, pela anteci-
pação de todos os problemas. Por-
tugal e Lisboa mostraram, uma vez
mais, que são capazes e, como Na-
poleão Bonaparte, aprendemos que
«a capacidade pouco vale sem
oportunidade»! E, logo, e seguin-
do desde há séculos Demóstenes,

as «pequenas oportunidades são
muitas vezes o começo de grandes
empreendimentos»! Como foi o
caso desta final inédita da Liga dos
Campões em Portugal, em Lisboa
e, de novo, no bem atrativo Está-
dio da Luz!

2

Também terminou , na
passada sexta-feira, a Liga
Europa, e por diferentes
cidades da Alemanha, e de
novo, com a vitória do Se-
vilha. O certo é que, desde que
nasceu esta competição ( 2009),
sucedendo às então denominadas
Taça das Cidades com Feira e, de-
pois, a partir de 1971, a Taça UE-
FA, este troféu, aliás bem bonito,
circula entre Sevilha , Madrid (Atlé-
tico), Porto, Londres (Chelsea) e
Manchester (United). E em quatro
presenças na final deste novo for-
mato o Sevilha ganhou as quatro!
Uma delas contra o Benfica. Como
bem vi ao vivo e muito, mas mui-
to, sofri! Mas também em Espanha
decorre, até ao próximo domin-
go, a final a oito da Liga dos Cam-
peões feminina. A competição de-
corre no País Basco e em duas das
suas cidades emblemáticas, Bil-
bao e San Sebastián. Os grandes
clubes da Europa marcam presen-

ça e, neles, estão o Barcelona e o
Lyon, o Arsenal e o PSG, o Bayern
e o Wolbsburg que, aliás, goleou o
Glasgow por 9-1! O futebol femi-
nino ganha crescente importância
e visibilidade e as grandes marcas
do futebol europeu apostam, em
crescendo, na construção de equi-
pas ganhadoras e atrativas. Como,
e bem , está a fazer, numa opção
estratégica que se regista e cum-
primenta, o Benfica. E, logo, as te-
levisões, e os seus específicos ca-
nais, nos proporcionaram os jogos
dos quartos de final e, depois, na
terça e quarta-feiras próximas, as
meias-finais. Quem chegou, com
todo o mérito, à final da Youth Lea-
gue foi, uma vez mais, o Benfica.
Esperemos que à terceira presen-
ça na final seja ... de vez! Esta equi-
pa liderada por Luís Castro tem ta-
lentos indiscutíveis. Tiago Dantas
e Tiago Araújo, Umaro Embaló e
Gonçalo Ramos, Paulo Bernardo e
Rafael Brito, João Ferreira e Hen-
rique Araújo, entre outros, são a
prova da qualidade e da excelên-
cia da Academia do Seixal e a ga-
rantia que o futuro do Benfica im-
plica o compromisso entre o talento
que se cria, desenvolve e se faz ex-
plodir e a reconhecida experiência
que, com equilíbrio e razoabilida-
de financeiras, se adquire. Com a
consciência, aqui, que face às al-
terações dos quados das competi-
ções e às mutações que a pande-
mia suscitou — e suscitará —,
importa criar as condições, bem
objetivas, para que o Benfica se
afirme e consolide como clube lí-
der, nos próximos três anos, no e
do futebol em Portugal! E a con-
quista desta Liga jovem europeia,
seria, neste agosto, uma grande,
justa e bem merecida prenda!

3

A final da Liga dos Cam-
peões hoje em Lisboa. O
final , finalmente, da épo-
ca desportiva 2019/2020.
E , afinal, e ao que se lê, o
Cavani... parece... que não vem.
E como escreveu um dia James R.
Loweel «não adianta discutir com
o inevitável. O único argumento
disponível contra o vento de leste
é vestir o sobretudo»! É o que às
vezes temos de fazer nesta Ericei-
ra acolhedora e sugestiva, que en-
tusiasma e seduz, cheia de jovens
e de menos jovens, património do
surf e de ondas por vezes nas ma-
rés vivas bem rebeldes, de múlti-
plas línguas e de uma beleza natu-
ral que encanta e seduz. E nela
recordamos, em cada momento,
que o entusiasmo é a força da alma!
Da nossa alma, sempre livre!

Factos e protagonistas


A final, o final e afinal


UEFA

«Benfica está na final da Youth League. Esperamos que à terceira seja de vez»

Por
FERNANDO SEARA

OPINIÃO


Importa criar
as condições para que
o Benfica se afirme
e consolide como clube
líder, no e do
futebol em Portugal

1

Hoje, em Lisboa e no Estádio
da Luz, realiza-se a final da
Liga dos Campeões. É a final
da principal competição da
UEFA e marca o final desta
singular, inédita e extraordinária
época de 2019-2020. E quando já
arrancaram as pré eliminatórias
de acesso às fases de grupos da
Liga dos Campeões e da Liga Eu-
ropa de 2020/2021. E quando tam-
bém já arrancou a Liga francesa, no
Brasil o Flamengo não entusiasma
e, hoje mesmo, há um dérbi em
Moscovo, entre Lokomotiv e Spar-
tak! Mas, e pela sua relevância glo-
bal, hoje é o domingo da final da
Liga dos Campeões! Que normal-
mente não acontece, recordamos,
a um domingo! É o regresso, seis
anos após o confronto entre os dois
principais clubes de Madrid, numa
final empolgante e dramática, e
jogada e vivida num Estádio cheio,
com intensa vibração e numa Lis-
boa repleta de espanhóis que toma-
ram conta dos principais lugares da
capital de Portugal. Hoje é o con-
fronto entre uma equipa de Estado
e uma das equipas da indústria do fu-
tebol! Sim, o PSG é a expressão,
por ora (repito, por ora...), do ca-
pital de um Estado — através da
diversificada fórmula de fundos —
que utiliza o futebol para se afirmar
e se projetar, para ter influência e
para ser reconhecido. Sabendo nós,
desde Aristóteles, que «o reco-
nhecimento envelhece depressa».
Mas é, aqui, num especifico e cer-
to envelhecimento — que é cresci-
mento! — que está a força do atual
PSG. Nos jogos desta inédita final
a oito o PSG afirmou-se como uma
equipa, um onze solidário e o seu
símbolo maior, Neymar, ataca e
defende, luta e corre, dá linhas de
passe e salta, no momento do golo,
para a alegria sentida e fraterna,
com os seus companheiros de
equipa. Onde não está, recorde-
mos, Cavani, que, decerto, por ra-
zões profundas, a 20 de junho
anunciou a sua saída do PSG. Ele


Zonas especiais


para adeptos


e acessórios, de dimensão superior a
1 m por 1 m, é permitida nas zonas com
condições especiais de acesso e per-
manência de adeptos, sendo que a uti-
lização destes materiais é sujeita a
aprovação conjunta por parte do pro-
motor do espetáculo desportivo e das
forças de segurança e serviços de
emergência.
A Autoridade para a Prevenção e
Combate à Violência no Desporto
(APCVD) publicou, entretanto, a Nota
Técnica 01/2020, disponível no respe-
tivo site, que clarifica o regime aplicá-
vel a estas zonas especiais.
O incumprimento destas regras im-
plica, para o promotor do espetáculo
desportivo, a realização de espetácu-
los desportivos à porta fechada, san-
ção a aplicar pela APCVD.

C


ONFORME demos conta oportu-
namente, a Lei n.º 113/2019 pro-
cedeu a alterações ao regime
jurídico da segurança e combate ao ra-
cismo, à xenofobia e à intolerância nos
espetáculos desportivos, sendo que
uma das principais novidades foi a cria-
ção de zonas com condições especiais
de acesso e permanência de adeptos.
Diz o artigo 16.º A que nos recintos
onde se realizem jogos integrados nas
competições desportivas de natureza
profissional ou de natureza não profis-
sional considerados de risco elevado,
são criadas zonas com condições es-
peciais de acesso e permanência de
adeptos. O acesso e a permanência
nestas zonas são reservados apenas
aos adeptos detentores de título de
ingresso válido e do cartão de adepto –
que a Portaria n.º 159/2020 regula-
mentou e o Despacho n.º 7468/2020
fixou o seu preço inicial em 20 euros,
sendo válido por três anos.
Estas zonas devem ter entrada ex-
clusiva, e a utilização de megafones e
instrumentos produtores de ruídos,
bem como de bandeiras, faixas, tarjas
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