O Jogo - 20200824

(PepeLegal) #1

PSG-BAYERN 0-


O futebol em pressão


O


Bayern Munique ganhou a final de
Lisboa e conquista a Taça/Liga dos
Campeões pela sexta vez – iguala o
Liverpool, fica a uma do AC Milan e a sete do
Real Madrid. Um francês formado no PSG,
mas que saiu cedo para a Juventus e depois
para os bávaros, Kingsley Coman marcou de
cabeça ao fim do primeiro quarto de hora da
segunda parte. A final decidiu-se por pouco,
mas o Bayern ganhou – ganhou! – todos os
jogos da prova, onze, coisa nunca vista, ainda
que houvesse menos dois encontros, que
mesmo assim não impediram uma média de
quatro golos por jogo. Mudou de treinador a
meio, no tempo de Kovac ainda marcou sete
em Londres ao Tottenham, agora fez oito ao
Barcelona. O Bayern não perdeu ainda um
jogo neste ano civil, ganhou o triplete porque
já vencera a Bundesliga e a Taça da Alemanha
e é um coletivo fortíssimo.
O Chelsea ganhou a Champions ao nono ano
de Abramovich, o Liverpool idem com o FSG,
este também era o nono ano do emir do Catar

O futebol que está a ganhar é
o da velocidade, da
intensidade, de jogar direto
ao golo. Se quiserem, ao jeito
de Sérgio Conceição

como proprietário do PSG. Mas os outros
tinha sido na segunda final e esta era a
primeira dos parisienses e não chegaram lá.
Ter Neymar e Mbappé e não conseguir
marcar um golo é quase uma contradição nos
termos, tanto mais que a equipa marcava há
34 jogos seguidos na Champions. Não teve
menos oportunidades, mas ficou evidente
que não tem o jogo coletivo do Bayern, em
que era raro o portador da bola não ter duas ou
três soluções de passe para continuar a
jogada. A diferença é grande, nesse aspeto. E a
genialidade de Mbappé e Neymar – mais Di
María – não chegou até porque bateram na
genialidade de Manuel Neuer – entre sorte e
saber ajudou muito ao resultado...
O jogo, como se esperava, foi definido pelo
Bayern. Hoje o futebol que está a ganhar
(Jurgen Klopp na época passada, também) é o
da velocidade, da intensidade, de jogar direto
ao golo – se quiserem e com as devidas
distâncias, ao jeito de Sérgio Conceição, para
fazer um paralelismo que toda a gente
percebe. Fisicamente muito exigente,
precisa de jogadores muito móveis, muito
rápidos e precisa de um espírito de equipa
muito forte.
Para além disso, Hansi Flick acertou tudo. Até
na única mudança que fez no onze foi o
jogador que fez o golo, Kingsley Coman, que
além disso criou muitos problemas ao alemão
Kehrer, lateral-direito do PSG. Para aquele
que quase toda a vida foi segundo, acabou a
temporada em primeiro. O futebol é assim e
os treinadores continuam a passar de bestas
para bestiais em menos de uma época. Ah, e
permitam-me: acertei no meu prognóstico.

Manuel
Queiroz

Opinião


acabar com a invencibilidade
do Bayern na prova. Mas Di
María primeiro (aos 24’ rema-
tou de pé direito por cima) e
Mbappé depois (aos 45’ atirou
forte mas à figura) não apro-
veitaram dois erros da defesa
germânica e pagaram bem
caro o desperdício. Porque, tal
como sucedeu na meia-final
com o Lyon, apesar dos sustos,
o Bayern controlou as emo-
ções, com uma grande entrea-
juda em todos os sectores, com
um futebol mais apoiado e va-
riações de flanco rápidas para
surpreender a defesa dos pari-
sienses, os mais penalizados
com o nulo ao intervalo.
Na segunda parte as duas
equipas entraram da mesma
forma, mas com os alemães a
cerrarem ainda mais a marca-
ção a Neymar. Gnabry foi dis-
so exemplo e de uma falta sua
sobre o camisola dez nasceu
uma confusão que enervou a
equipa gaulesa. Só isso explica
a forma como, num cruza-
mento de Kimmich, Kehrer

ficou entalado entre Lewan-
dowski e Coman no lance de-
cisivo. A história repetiu-se
pouco depois com os mesmos
protagonistas, mas desta vez
Thiago Silva evitou males
maiores, animando os compa-
nheiros. Sobretudo Marqui-
nhos, que logo a seguir testou
a atenção de Neuer após um
passe de Di María (70’). De-
pois, o PSG ficou a reclamar
um penálti de Kimmich sobre
Mbappé (72’) e passou a jogar
mais com o coração do que
com a cabeça, o que deixou o
Bayern ainda mais tranquilo
na gestão do jogo e do tempo.
Assim conseguiu somar a 11.ª
vitória em outros tantos jogos
na prova (feito inédito) e aca-
ba a época com a tripla con-
quista, o que não sucedia des-
de 2013, então com Jupp
Heynckes ao leme. Agora o
timoneiro é Hansi Flick, que
pegou na equipa no quarto
lugar da liga só perdeu duas
vezes em 37 jogos em todas as
provas.

BÁVARO

NEYMAR FOI


DO “SÓ LOVE”


ÀS LÁGRIMAS


bbb Determinado a conduzir
o PSG à primeira Champions
da sua história, Neymar (na
foto) repetiu a fórmula dos úl-
timos jogos, entrando na Luz
com o corte de cabelo à moica-
no e acompanhado de uma
caixa de som com o volume no
máximo: a música escolhida
chamava-se “Só Love”, da du-
pla Claudinho e Buchecha. Po-
rém, o ritual do 10 não deu os
frutos desejados. Protagonis-
ta de uma exibição bem abaixo
do esperado, Neymar desabou
num choro de frustração após
o apito final e só mais tarde, no
Twitter, reagiu: “Perder faz
parte. Obrigado pelo apoio e
parabéns ao Bayern.”

UEFA ADMITE


REVER FASE


A ELIMINAR


bbb A UEFA não descarta re-
correr no futuro à fórmula da
final-8 utilizada, este ano, em
Lisboa, com os jogos da fase a
eliminar a apenas uma mão.
Foi o próprio Aleksander Ce-
ferin, presidente do organis-
mo, a assumi-lo em entrevista
à Reuters, mas ressalvando
que isso só será possível quan-
do o formato habitual da pro-
va puder ser alterado, ou seja
após 2024/25. “Fomos força-
dos a tomar esta decisão, e aca-
bámos por encontrar algo
novo e que nos deixa a pensar
para o futuro. Num jogo fica
tudo mais emocionante, por-
que tem de ser resolvido no
momento, as equipas não se
podem resguardar para a se-
gunda mão. Mas também te-
mos que pensar que o número
de jogos vai reduzir e isso afe-
ta as receitas de transmissão”,
afirmou Ceferin. As discus-
sões com as federações sobre
o formato pós-2024/24 vão
iniciar-se ainda este ano.

Aleksander Ceferin
considera que o formato da
final-8 de Lisboa pode ser
uma solução para o futuro,
mas só após 2024/

ÚLTIMAS DEZ FINAIS


LIGA DOS CAMPEÕES


Época Jogo Resultado
2019/20 PSG-Bayern 0-
2018/19 Tottenham-Liverpool 0-
2017/18 Real Madrid-Liverpool 3-
2016/17 Real Madrid-Juventus 4-

2015/16 Real Madrid-At. Madrid (^) 1-
(5-3 g.p.)
2014/15 Barcelona-Juventus 3-
2013/14 Real Madrid-At. Madrid 4-
(a.p.)
2012/13 Bayern-Dortmund 2-
2011/12 Chelsea-Bayern 1-
(4-3 g.p.)
2010/11 Barcelona-Man. United 3-
Clube Títulos Anos
Real Madrid
13
1956, 1957, 1958, 1959,
1960, 1966,1998, 2000,
2002, 2014, 2016, 2017,
e 2018
AC Milan
7
1963, 1969,1989, 1990,
1994, 2003 e 2007
Liverpool
6
1977, 1978,1981, 1984,
2005 e 2019
Bayern
6
1974, 1975, 1976, 2001,
2013 e 2020
Barcelona
5
1992, 2006, 2009, 2011,
e 2015
Ajax 4 1971, 1972, 1973 e 1995
Manchester United 3 1968, 1999 e 2008
Inter de Milão 3 1964, 1965 e 2010
Juventus 2 1985 e 1996
FC PORTO 2 1987 e 2004
BENFICA 2 1961 e 1962
Nottingham Forest 2 1979 e 1980
Celtic 1 1967
Feyenoord 1 1970
Aston Villa 1 1982
Hamburgo 1 1983
Steaua Bucareste 1 1986
PSV Eindhoven 1 1988
Estrela Vermelha 1 1991
Marselha 1 1993
Dortmund 1 1997
Chelsea 1 2012
PALMARÉS
Pos. Nome Clube Golos
1.º Lewandowski Bayern 15
2.º Haaland Salzburgo/Dortmund 10
3.ºs Gnabry Bayern 9
4.ºs Gabriel Jesus Manchester City 6
Sterling Manchester City 6
Mertens Nápoles 6
Depay Lyon 6
Kane Tottenham 6
9.ºs Mbappé PSG (^5)
Luis Suárez Barcelona (^5)
Benzema Real Madrid (^5)
Son Tottenham (^5)
L. Martínez Inter 5
Icardi PSG 5
Ilicic Atalanta 5
GOLEADORES
Matt Childs / EPA
Segunda-feira, 24 agosto 2020
http://www.ojogo.pt
t twitter.com/ojogo^7

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