Record - 20200901

(PepeLegal) #1

06 BENFICA
1 de setembro de 2020


CASAS DO BENFICA

çO Movimento ‘Servir o
Benfica’, encabeçado por Fran-
cisco Benitez, elogiou as “Casas
e Filiais do Benfica, braços ar-
mados de benfiquismo”, e par-
tilhou ideias para as dinamizar.
Desde logo, a “promoção de
iniciativas do clube descentra-
lizadas nas Casas, nomeada-

mente com uma presença mais
constante das modalidades”,
acrescentando a necessidade
de que, já no ato eleitoral de ou-
tubro, deva existir “em cada
distrito de Portugal continental
uma mesa de voto que deverá
naturalmente ser numa das Ca-
sas do Benfica”. *

Benitez elogia braço armado


çO presidente da Mesa da As-
sembleia Geral (MAG) do Benfica,
Virgílio Duque Vieira, confirma
que já teve contacto com as cartas
dos candidatos à presidência do
clube e dará resposta no decorrer
desta semana, ainda que esta seja
apenas reservada às respetivas lis-
tas.
“Tomei conhecimento esta se-
gunda-feira dos documentos do
dr. Rui Gomes da Silva e do dr. João
Noronha Lopes. Estou ainda a
analisar as coisas com os serviços
do Benfica. Vou escrever às candi-
daturas ainda esta semana, de-
bruçando-me sobre os pontos que
nomearam. Nada mais tenho a


acrescentar sobre o assunto”, vin-
cou ontem a Record o sucessor de
Luís Nazaré no cargo.
Recorde-se que, além dos dois
candidatos citados, também
Francisco Benitez, líder do Movi-
mentos ‘Servir o Benfica’, pediu à
MAG para equacionar, entre ou-
tras medidas em atos eleitorais, a
inclusão de um voto físico que col-
mate o eletrónico. Os candidatos
que irão concorrer contra o presi-
dente em atividade, Luís Filipe
Vieira, assumiram, sem receios,


perigos em relação à confidencia-
lidade do voto e à imparcialidade
da contagem no sufrágio.
Entre algumas das medidas su-
geridas pelos candidatos estão
ainda a obrigatoriedade de apre-
sentação de um documento de
identificação no ato de votação,
assim como a presença de um re-
presentante de cada uma das listas
nas mesas de voto.
Recorde-se que, desde 2006
que a Comissão Nacional de Elei-
ções não tem qualquer interven-
ção nem colaboração com os atos
eleitorais do Benfica, apesar de a
mesma ter sido solicitada em
2009 e 2012. *

Virgílio Duque Vieira


acusa receção de cartas


e promete debruçar-se


sobre pontos sugeridos


“ESTOU AINDA A ANALISAR
AS COISAS COM OS SERVIÇOS
DO BENFICA. VOU ESCREVER
ÀS CANDIDATURAS”, PROMETE


AOS CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA


ANÁLISE. Duque Vieira vai olhar para as sugestões dos candidatos

SL BENFICA

çRui Gomes da Silva recordou
o momento em que lutou contra
João Vale e Azevedo, deixando
nova crítica implícita a Luís Fili-
pe Vieira. “Eu percebo que quem
precisa do Benfica para (so-
bre)viver não pactua com a críti-
ca, não convive com a discor-
dância, não suporta desafios
eleitorais. Estive na primeira li-


nha do combate a João Vale e
Azevedo, debaixo de ameaças e
agressões. Mas nada me impediu
de defender o Benfica”, vincou o
candidato à presidência através
da conta de Twitter.
O antigo vice-presidente das
águias recordou ainda um texto
de há quase 30 anos onde pedia
ecletismo ao clube e ambição eu-

ropeia à equipa de futebol. “Em
1991, como hoje, defendi um
Benfica orientado para o sucesso
na Europa, com o ecletismo ga-
rantido, e com a formação como
parte desse caminho para o su-
cesso e não como plataforma de
negócios. Hoje quase todos con-
cordam. Vale a pena defender o
Benfica!”, acrescentou. *

Gomes da Silva lembra outras lutas


CONTRA VALE E AZEVEDO


A LUZ INTENSA
Pedro Adão e Silva Professor Universitário

ç Não são precisos muitos jo-
gos para se ver o toque de Jesus
nas equipas. Ao terceiro jogo, os
sinais de mudança já lá estão:
pressão intensa com critério e
mobilidade atacante, com indí-
cios do regresso do saudoso car-
rossel que fazia surgir sempre
muitos jogadores na frente. De-
pois, já se sabe, as equipas de Je-
sus são particularmente compe-
tentes na organização defensi-
va, pelo que aí também as me-
lhorias estão garantidas. Claro
que faz diferença ter acrescenta-
do três internacionais ao plantel


  • com Everton, Vertonghen e
    Waldschmidt, o talento indivi-
    dual reforça a capacidade coleti-
    va. Não tenhamos dúvidas, bas-
    tava este trio ter chegado há um
    ano para neste momento estar-
    mos a celebrar mais um cam-
    peonato.


Aliás, esta é mesmo, de novo, a
questão. Tal como na tempora-
da passada, ou mesmo na fan-
tasmagórica época em que abdi-
cámos de conquistar o penta, o
que o Benfica precisa não é de
uma revolução no plantel –
como se anuncia –, mas, sim, de
contratações cirúrgicas. A ques-
tão é séria, pois remete para um
problema estrutural da política
de contratações, com implica-
ções desportivas e financeiras.

Vale a pena atentar nos núme-
ros. Nas últimas cinco tempora-
das – em que só por uma vez al-
cançámos os quartos-de-final
da Champions – contratámos 69
jogadores, dos quais 60% nunca
foram titulares e apenas 14% fo-
ram titulares em mais de 20 jo-
gos da Liga. Se olharmos para as
últimas três épocas, a percenta-
gem manteve-se estável e só
quatro jogadores cumpriram

aquele critério: Varela, Vlachodi-
mos, Seferovic e Gabriel.

Se compararmos estes núme-
ros com clubes do nosso cam-
peonato do ponto de vista finan-
ceiro e com os quais perdemos
na Europa (por exemplo, o Ajax,
o Sevilha, ou até o Lyon e o RB
Leipzig), percebemos rapida-
mente duas coisas: por um lado,
com exceção do Sevilha, estes
clubes contrataram cerca de
metade do número de jogadores
do Benfica; por outro, entre 35 e
45% dos jogadores contratados
foram titulares regulares. A ex-
plicação não está na capacidade
de investimento, pois o Ajax, por
exemplo, investiu 196 milhões
de euros nos últimos cinco anos,
que comparam com os 191 mi-
lhões do Benfica (com a diferen-
ça de que 45% desse investimen-
to foi feito em titulares).

Acenarem-nos, agora, com
nova revolução no plantel é
preocupante. Trata-se de uma
ameaça ao equilíbrio financei-
ro do clube, ainda para mais
num contexto de profunda in-
certeza económica (mas já se
percebeu o receio de Luís Fili-
pe Vieira perder eleições), ao
mesmo tempo que se traduz
num reconhecimento do em-
pobrecimento do plantel nos
últimos anos e um abandono
radical da aposta na formação.
Acima de tudo, reforça o pa-
drão de ausência de critério
nas contratações que tem
marcado a direção de Luís Fili-
pe Vieira.

O Benfica tem de aprender a
contratar pouco e bem e não
em quantidade e muitas das
vezes por motivos pouco cla-
ros.

MAG RESPONDE


ESTA SEMANA


João Noronha Lopes publicou
ontem a carta enviada ao presi-
dente da Mesa da Assembleia
Geral onde pede que seja “convo-
cada com urgência uma reunião
com os representantes de todas
as listas”. O candidato à presi-
dência pretende “encontrar con-
juntamente um procedimento
que garanta a integridade do
processo eleitoral” depois de ter
“ouvido abusos sistemáticos e
aberrações eleitorais”.

Noronha requer
reunião urgente

FLÁVIO MIGUEL SILVA

Quem quer uma


revolução?

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