Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1
SETEMBRO 2020. EXAME. 111

SEMPRE
CONECTADO

A partir de um smartphone
podemos controlar as mais
variadas funções do veículo


LIGADO AO TELEFONE



Através da aplicação que liga o veículo ao
smartphone podemos controlar várias
funções do Model 3, como acionar o ar
condicionado alguns minutos antes de
iniciar a viagem, abrir as portas, verificar a
autonomia disponível naquele momento e
até localizar o veículo, caso nos tenhamos
esquecido de onde o estacionámos. Caso
queira emprestar o veículo a outra pessoa,
pode, através da aplicação, verificar por
onde esta andou durante a viagem.



PAINEL DIGITAL



O ecrã de grandes dimensões, com 15
polegadas, além de dar acesso a quase
todas as funcionalidades do veículo,
disponibiliza jogos e permite a ligação a
serviços de streaming como a Netflix ou o
Spotify. Em andamento, o veículo desliga
automaticamente estas funções.



ATUALIZAÇÃO REMOTA



A Tesla vai atualizando regularmente o
software do veículo, o que permite fazer
melhorias de desempenho ou introduzir
novas funcionalidades sem ser necessá-
rio levar o carro ao concessionário. A mar-
ca foi pioneira nesta prática, que agora
começa a ser imitada por quase todos os
grandes construtores de automóveis.


anunciada. Pode parecer algo muito vago,
mas, para quem tem alguma experiência
em veículos elétricos, este é um dos pontos
mais sensíveis para o condutor. Por exem-
plo, é normal que, num veículo que anuncia
uma autonomia de 250 km, passados 100
km indique energia para percorrer apenas
mais 70 km ou 80 km. Basta uma condução
mais rápida numa autoestrada, uns arran-
ques mais enérgicos ou uma utilização mais
intensiva do ar condicionado para que o ní-
vel das baterias comece a baixar de forma
abrupta. O Tesla consegue manter os valores
perto dos anunciados mesmo quando opta-
mos por fazer uma condução mais agressiva


  • quando pegámos no veículo, em Lisboa, o
    computador de bordo indicava autonomia
    para viajar sem preocupações até ao super-
    carregador da Tesla em Vila Real, a mais de
    400 km de distância.
    As linhas arredondadas e a ausência
    de uma grelha frontal conferem-lhe um ar
    moderno e desportivo. O Model 3 não foge
    muito do design que já tinha sido adota-
    do nos Tesla que o precederam. Para en-
    trar neste veículo é necessário um cartão,
    que tem de se passar junto ao pilar late-
    ral situado entre as janelas, o que permite
    aceder ao interior amplo e com abundân-
    cia de espaço, outra das características de
    todos os Tesla. O tejadilho, em vidro de
    grandes dimensões, prolonga-se ao longo
    de todo o teto, dando aos ocupantes uma
    sensação de maior abertura.
    O interior é dominado por um grande
    painel digital de 15 polegadas (maior do
    que o de um iPad Pro), a partir do qual
    controlamos quase todas as funcionali-
    dades do veículo. E, este pormenor que o
    torna tão único, é, ao mesmo tempo, um
    dos pontos mais negativos do veículo em
    termos de segurança, pois o local onde está
    situado, a meio do tablier, obriga o condu-
    tor a tirar os olhos da estrada sempre que
    quer aceder a qualquer função do carro.
    Por incrível que pareça, é naquele pai-
    nel que estão todos os comandos e fun-
    ções, desde o limpa para-brisas até ao rá-
    dio, passando pela regulação dos bancos.
    Com a habituação, este problema tende a
    ser minorado, pois o Model 3 tem dois bo-
    tões físicos colocados no volante que po-
    dem funcionar como atalhos para ir bus-
    car quase todas as funções disponíveis no
    painel. Mas, para isso, o condutor tem de


perder algum tempo até dominar a técnica
e os comandos necessários para lá chegar.
Em termos de desempenho, o Model
3 é bastante eficaz em estrada. Consegue
uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em
apenas 3,4 segundos, atinge os 261 km/h
e consegue uma autonomia de 530 km,
na versão Performance. Já no Long Ran-
ge, que privilegia a bateria em detrimen-
to do desempenho, a aceleração dos 0 aos
100 km/h aumenta para os 4,6 segundos,
mas, em contrapartida, consegue percorrer
mais 30 km do que o Performance.
A direção é precisa e a tração às qua-
tro rodas – o Model 3 tem dois motores,
um em cada eixo –, associada ao peso das
baterias (que baixam o centro de gravida-
de), dá uma enorme estabilidade ao veí-
culo, permitindo descrever as curvas de
forma segura mesmo mantendo uma ve-
locidade elevada.

MATERIAIS PEDEM MAIS QUALIDADE
Apesar da boa suspensão, que ajuda – e
de que maneira – a condução, podemos
dizer que o conforto não é um dos me-
lhores atributos do Model 3. Além disso,
os materiais utilizados nos revestimentos
poderiam ter alguma qualidade acrescida,
atendendo ao segmento elevado em que
se situa o Model 3. Afinal, estamos a falar
de um veículo que custa 59 600 euros, no
caso do Long Range, e 65 800 euros no
Performance. Valores bem acima dos 48
900 euros do primeiro modelo lançado
no mercado, apenas com tração traseira,
409 km de autonomia e capaz de ir dos 0
aos 100 km em 5,6 segundos.
Os particulares podem deduzir a este
valor os três mil euros de incentivos para
aquisição de veículos elétricos, além de
que este tipo de automóvel tem mais uma
poupança em relação aos veículos de com-
bustão interna, pois está isento de Imposto
Único de Circulação. Para as empresas, o
valor pode ficar ainda mais baixo porque,
nos carros elétricos, o IVA pode ser deduzi-
do em veículos até 62 500 euros. Está ainda
isento de Imposto de Tributação Autóno-
ma e a depreciação para efeitos fiscais pode
chegar aos nove mil euros. Condições que
justificam, em boa parte, o grande sucesso
que o Model 3 está a conseguir em Portu-
gal, com vendas de 724 unidades desde o
início do ano. E
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