Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1

  1. EXAME. SETEMBRO 2020


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PME LÍDER 2020

Mudar para


vingar no pós-


-pandemia


Empresas que se transformem durante a atual


crise estão mais bem posicionadas para vingar no
pós-Covid-19. Mas a retoma tem de chegar rápido,


concluiu-se no webinar EXAME/Novo Banco


Após os primeiros me-
ses terem sido marcados
pela reação e adaptação
aos tempos de pandemia, a re-
toma começa agora a chegar a
velocidades diferentes a alguns
setores. Mas serão as empresas
que, entretanto, se souberem
transformar, entrar em novos
mercados e capitalizar os au-
xílios aquelas que melhor po-
dem vir a vingar num novo ci-
clo. Tudo dependerá, contudo,
da duração da crise. “Se for re-
lativamente reduzida no tem-
po, as boas empresas – as que
fizeram o turnaround, reduzi-
ram a dívida, exportam mais
e tiveram acesso aos apoios –
vão recuperar”, considera Ví-
tor Fernandes, administrador
do Novo Banco.
Para já, os sinais positivos
parecem sobrepor-se às nu-
vens do receio de uma reto-
ma mais demorada, como foi
referido pelos vários oradores
do webinar “A resiliência das
PME à adversidade”, promo-
vido a 22 de julho e que marca
o arranque da iniciativa “PME
Líder 2020: Estamos abertos
às PME que ambicionam ser
líderes”, uma parceria EXA-
ME/ Novo Banco associada ao
projeto da PME Líder.
“As empresas podem ser


mais lentas no investimento,
mas não deixaram de o fazer”,
nota Nuno Mangas, presiden-
te do IAPMEI, referindo-se ao
recurso aos sistemas de incen-
tivos. Um movimento que de-
verá continuar a ter sequên-
cia. Depois da forte procura
por produtos de liquidez e te-
souraria, Beatriz Freitas, presi-
dente da Sociedade Portugue-
sa de Garantia Mútua (SPGM),
antecipa que as empresas co-
mecem em breve a recorrer
a produtos de investimento,
como empréstimos e produ-
tos de capitalização.
No setor do turismo, um
dos mais prejudicados, im-
põe-se ultrapassar a situação
com trabalho em rede até que
a procura reaja, defende Luís
Araújo, presidente do Turis-
mo de Portugal. “Temos de es-
tar nos dois campos: preparar
a retoma e pensar no futuro.
Estamos a ver muitas empre-
sas a trabalhar nisso”, salienta,
argumentando que a atrativi-
dade dos destinos, no futuro,
será muito condicionada pelo
investimento que vier a ser fei-
to na sua sustentabilidade.

SELO DE “RISCO CONTROLADO”
Além da queda da procura que
a pandemia trouxe à genera-

Esta certificação, que é con-
cedida pelo IAPMEI em parce-
ria com o Turismo de Portu-
gal, constitui um selo de “risco
controlado” das empresas para
os financiadores, instrumento
ainda mais precioso numa al-
tura em que se colocam tantas
interrogações sobre a evolução
da saúde financeira das firmas.
Este ano, apesar da pandemia,
os critérios de atribuição do es-
tatuto (as candidaturas decor-
rem até 15 de outubro) deverão
manter-se, uma vez que será
tido em conta o resultado do
exercício de 2019. Mas as regras

Texto Paulo Zacarias Gomes


lidade das atividades econó-
micas, algumas áreas, em
particular da indústria, têm
de continuar a lidar com a fe-
rocidade da concorrência in-
ternacional, nomeadamente
da Ásia, como acontece com
o grupo de produção de mol-
des e de plásticos Erofio. “Es-
tamos a ter problemas com a
agressividade dos preços. Es-
tamos quase a vender abaixo
do preço de custo”, especifica
Manuel Novo, presidente da
empresa sediada na Batalha e
que há 11 anos detém o estatu-
to PME Líder.
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