Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

SETEMBRO 2020. EXAME. 15

de dados mais atualizados sobre o valor

definido pelos avaliadores para os imóveis

que são alvo de pedido de financiamento

bancário. No primeiro semestre, registou-

-se um aumento de 2,2% no País, com o

valor mediano a situar-se num novo má-

ximo de 1 115 euros por metro quadrado.

Para Ricardo Guimarães, diretor da

Confidencial Imobiliário, entre as várias

explicações para a resiliência do mercado

pode estar “o facto de ter havido uma res-

posta rápida do ponto de vista do suporte do

emprego e da capacidade de cumprimento

das prestações das casas através das mora-

tórias”. Os dados mais recentes do Banco

de Portugal são elucidativos da dimensão

deste apoio. Desde finais de março até 30

de junho, houve mais de 322 mil contratos

de crédito à habitação a beneficiar das mo-

ratórias destinadas a consumidores que

tenham visto os seus rendimentos

afetados pela pandemia e que, por isso, te-

riam maior dificuldade em pagar as presta-

ções do crédito. “As moratórias fazem com

que não haja incumprimentos, pelo que não

estão a chegar ao mercado as casas de quem

teria dificuldades em honrar os seus com-

promissos”, acrescenta Filipe Garcia, eco-

nomista da IMF.

Esta medida tem sido eficaz em im-

pedir uma subida do malparado. O rácio

de crédito à habitação em incumprimento

até teve uma ligeira descida na primeira

metade do ano, baixando de 0,8% para

0,7%, segundo a informação mais atua-

lizada do Banco de Portugal. Em valores

absolutos, a quebra foi de 63,2 milhões

para 673,8 milhões de euros, um montan-

te que está bem longe dos mais de 2,6 mil

milhões atingidos em meados de 2016, al-

tura em que 2,7% do total de crédito hipo-

tecário estava em incumprimento.

OUT
2019

NOV

2019

DEZ

2019

JAN

2020

FEV

2020

MAR

2020

ABR

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MAI

2020

JUN

2020

JUL

2020

PREÇOS DO

IMOBILIÁRIO RESISTEM

O índice de preços residenciais

da Confidencial Imobiliário

teve uma subida de 5,75%,

no primeiro semestre. No entanto,

em julho, houve uma quebra

de 0,2% face ao mês anterior. A série

deste indicador iniciou-se,

em 2011, nos 100 pontos

Em março, o País entrou em

estado de emergência, situação

que duraria até ao início de maio

Existem três fatores

que explicam

a ausência de uma

queda dos preços:

moratórias, layoff

simplificado

e política

monetária

do BCE”

João Duarte

Professor da Nova SBE