Exame - Portugal - Edição 437 (2020-09)

(Antfer) #1

Micro



  1. EXAME. SETEMBRO 2020


A grande paralisação das exportações
atingiu quase todos os setores em Portu-
gal. Com o confinamento decretado um
pouco por todo o mundo, o valor expor-
tado pelo País teve uma quebra de 17,1%,
na primeira metade do ano, em relação
ao mesmo período de 2019. Desceu de
30,4 mil milhões para 25,2 mil milhões
de euros, segundo os dados do Instituto
Nacional de Estatística (INE).
A crise atingiu fortemente setores
muito relevantes para a economia na-
cional, criando ainda mais pressão sobre
o PIB nacional. As vendas de produtos do
setor automóvel para outros mercados
derraparam 17%, mais de 1,5 mil milhões
de euros, na primeira metade do ano. E a
paralisação da atividade mundial resultou
numa quebra de 28%, quase 460 milhões,
nas exportações de produtos petrolíferos.
Mas nem todas as mercadorias made
in Portugal ficaram em terra ou fechadas
no armazém à espera de comprador. Al-
gumas áreas de atividade tiraram parti-
do do trabalho desenvolvido nos últimos
anos de exposição ao estrangeiro. Foram
a exceção à regra e conseguiram aumen-
tar o valor do comércio com o exterior,
no primeiro semestre.
Não é de estranhar, dada a natureza da
crise que atravessamos, que os produtos
farmacêuticos tenham sido os bens por-
tugueses com maior aumento na procura
externa. Neste caso, as exportações subi-
ram mais de 20%, para 647,4 milhões de
euros, segundo os dados do INE. A As-
sociação Portuguesa da Indústria Farma-
cêutica (Apifarma) não recolhe dados so-
bre os produtos específicos em que mais

o impacto que o projeto PharmaPortugal,
criado em 2005 entre algumas empresas
do setor, o Infarmed e a AICEP, teve na
“estratégia de inovação e competitivida-
de”, para reforçar “a capacidade de inter-
nacionalização”.
Mas não foi apenas o setor farmacêu-
tico a subir vendas para o exterior. Numa
crise em que houve destruição de cadeias
de abastecimento e se colocou à prova a
capacidade dos países assegurarem o for-
necimento de produtos essenciais, tam-
bém os bens agrícolas e de origem animal

A


aumentou o volume de exportação, mas
explicou à EXAME que os maiores des-
tinos dos bens produzidos pelas farma-
cêuticas portuguesas são os mercados
europeu e americano. E sustenta que “a
internacionalização e a exportação têm
sido dois dos grandes desafios da indús-
tria farmacêutica de base produtiva na-
cional, nos últimos anos. Refere ainda
que “as empresas portuguesas são hoje
reconhecidas, em todo o mundo, como
fornecedores de excelência de produtos
e serviços de saúde”. A associação realça
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